A técnica e o desapego de Gustavo Rodrigues

Pois bem, aqui tem um cara que você precisa conhecer! Gustavo Rodrigues é um ilustrador e designer que sabe o que faz e com certeza vai abrir a sua mente.

Gustavo é uma daquelas pessoas de talento que possuem contas em redes sociais de arte e que fazem você passar raiva pensando “como ele faz isso com tanta facilidade?”. Ele tem um estilo que o identifica e opinião forte sobre como conduzir sua arte, talvez a mais interessante é o abandono da borracha.

Enquanto a maioria se preocupa com a perfeição e em mostrar como é bom no que faz, ele surpreende dizendo que erra e isso não o incomoda. Em vez de tentar fazer a melhor arte de todas, corrigindo cada erro, Gustavo simplesmente desapega deles. Segundo ele os erros são importantes e você deve saber aceitá-los e conviver com eles, pois só assim irá melhorar. Se você apagar cada linha torta que fizer, simplesmente não irá evoluir para a próxima vez que fizer aquele tipo de trabalho.

O trabalho desse ilustrador utiliza diversas técnicas, quase sempre tendo por base a sobreposição de cores para criar profundidade. Desde o esboço, cada cor representa um nível diferente na profundidade do desenho e os resultados são bem legais. Mas com certeza o que impressiona mais no que Gustavo faz é facilidade que ele demonstra na criação de rostos em seus speed paintings. Os treinos são constantes e revelam o seu grande talento.

Então se é um dos que ficam se perguntando como pessoas como ele fazem uma arte tão legal, se prepare e preste atenção. O Urucum Digital perguntou a ele e você vai ficar muito satisfeito em saber que as repostas não foram apenas “treino e dedicação” como todo artista diz.

Com certeza todos que te conhecem logo reconhecem o seu talento. A facilidade que você passa pra gente em tudo o que faz é impressionante. Desenhar, trabalhar com arte em geral, sempre foi assim, algo orgânico para você? Como foi o seu processo de aprendizado até chegar no nível em que você está hoje? Você fez ou faz cursos, aulas?

Antes de tudo obrigado pelo espaço! Acho que como todos os que trabalham com ilustração, o desenho sempre esteve presente. Não me recordo de um período se quer da minha vida que tenha passado sem desenhar, faz parte de mim desde muido cedo. O meu processo de aprendizado é fundamentado em grande parte pela minha vontade de evoluir no que eu gosto. Eu fiz algumas aulas de desenho no curso de graduação, mas foram as únicas.

Você continua aprendendo certo? Constantemente vemos treinos de rostos, speed painting em suas redes sociais. Treinar é algo que te agrada ou as vezes tem que se forçar?

COM CERTEZA! O aprendizado é contínuo e nunca vai acabar, sempre haverá espaço para melhorar. Na verdade os treinos, estudos, sketches (como preferir) são o que mais me agrada, é quando me conecto com o meu eu de 12 anos de idade que desenhava o mesmo power ranger em 100 folhas diferentes e sempre achava que o último era o melhor, até fazer o próximo.

Você é um artista que vive a arte que faz. Seu estilo, roupas, gosto musical, tudo se remete no que você faz. Você considera ideal a arte ser parte de você ao invés de ser puramente comercial? De fazer aquilo que gosta ao invés do que te pedem?

Eu acho que meu trabalho PESSOAL reflete minhas aspirações porque esse é o caminho natural das coisas. Vai sair da minha cabeça o que tem dentro, por mais óbvio que isso possa parecer. Mas isso é só uma parte do que eu produzo, que é o que eu mostro nas midias socias e tudo mais. A outra grande parte da produção são trabalhos comerciais, que não necessariamente representa o que eu gosto. E é muito difícil acontecer um trabalho comercial que se alinhe perfeitamente com o que você gosta realmente, mas isso ajuda o artista a rever suas referências e crescer como profissional, além de assegurar o pão e o leite com nescau. Quando acontece, e os astros colaboram hahaha, surge o trabalho perfeito e com certeza é um deleite.

Sua aparência é um tanto inusitada, de certa forma chama a atenção (Gustavo é um gigante barbudo, forte, com cara de bárbaro, brinco, tatuagens…), quem te conhece o mínimo sabe o quanto você é um cara bacana e gentil, isso se percebe rapidamente conversando com você, mas como as pessoas que não te conhecem reagem a você? Os clientes por exemplo.

Hahaha! Para falar a verdade, nunca prestei tanta atenção na reação dos clientes. Não me recordo de nenhuma situação inusitada. Mas várias vezes as pessoas evitam sentar ao meu lado no ônibus.

Sua relação de amor com sua barba fica clara nos desenhos que faz hehe, algum dia veremos você sem ela?

Um simples e sonoro NÃO hahaha.

Eu já vi você fazendo de tudo um pouco, pintura digital com diversos processos diferentes, pintura tradicional, sketches para se tornarem tatuagens, pintura na parede, participação em trabalhos que viram animações, arte para capa de CDs… qual desses setores você atua mais e qual o processo mais “comum” que você utiliza até chegar na arte final de um projeto?

Atualmente trabalho na Eye Move, que é um estúdio de animação, e a maioria do que eu faço por aqui envolve pintura digital, de diversas formas diferentes. O meu processo de criação é um pouco caótico e nunca se repete completamente (Graças a Deus, não sou só eu!), mas segue alguns passos que são fixos: thumbnails (pequenos rascunhos), rascunho final (quando a composição está melhor definida), definição da paleta de cores e a pintura propriamente dita.

Você erra muito quando tenta fazer algo novo? Pesquisa antes como fazer ou vai metendo a cara?

Com certeza, mas não uso a borracha. Não me apego ao que crio e por isso não espero que vá ser perfeito. Se eu errei vou para o próximo com esse conhecimento acumulado e assim vai. A princípio vou metendo a cara, quando surge alguma dúvida me perco em tanta pesquisa.

Atualmente você trabalha na Eye Move, uma empresa de arte, animação e entretenimento. Como é seu trabalho lá? O mercado local tem aberto boas oportunidades para vocês?

Eu não poderia trabalhar em um lugar melhor, com tantos amigos talentosos! O mercado tem os altos e baixos como qualquer outro e nós vamos firme sem deixar a peteca cair.

Com todo esse talento imagino que todo mundo te peça desenhos, retratos… já pensou em dar aulas ou já trabalha com isso?

Já cheguei a ministrar algumas oficinas e workshops e a experiência foi bem legal! Ainda não tem nada formal, mas penso nisso o tempo todo.

Imagino que como todo mundo você tenha hobbies, vida pessoal… uma vida né? Com tanto trabalho, treino, estudo, sobra tempo para viver?

Se não sobrasse não valeria a pena para mim! Eu gosto muito de praticar esportes, isso é uma das minhas prioridades. Atualmente treino powerlifting e vou até participar de campeonato!! Me casei recentemente, tenho dois cachorros sedentos por atenção, uma família gigante e festeira, então minha vida não é só desenhar. Além disso tudo, sou totalmente contra essa história de virar noite trabalhando, então durmo quase sempre bem cedo.

Para quem está começando agora, como se tornar um bom artista de pintura e desenho? Para onde ir? O que aprender? Onde estudar?

A primeira coisa para mim é assumir o erro como parte do processo. Então jogue sua querida borracha fora e pratique o desapego. Depois é desenho, desenho, desenho e mais desenho. Desenhe até a mão cair, depois custure a mão e continue a desenhar. Quando ela cair de novo, repita o processo. E continue eternamente, é o que eu estou tentando fazer.

Você pode ver mais de Gustavo Rodrigues aqui:

Tumblr

Behance

Os 30 minutos de Goro Fujita

Que tal treinar suas habilidades de pintura criando algo em apenas 30 minutos? Pois é Goro Fugita, um animador de personagens em 3D e artista de desenvolvimento visual faz isso com maestria. Confira:

Veja mais de Goro:

Facebook
Blog
Deviantart

Impressora 3D é usada para tatuar e faz 150 perfurações por segundo

Designers franceses adaptaram uma impressora 3D para que ela se transformasse numa máquina de tatuar. A Tatoué é a união de uma Makerbot 3D com uma agulha de tatuagem. O resultado é uma máquina capaz de tatuar a pele ao ritmo de 150 perfurações por segundo.

Para conseguir fazer essa máquina tatuar, os designers removeram as cabeças de impressão, que são responsáveis pela ejeção de plástico para imprimir arquivos digitais. No lugar, foi posta uma agulha que direciona os traços do desenho na pele humana. As demais estruturas da impressora foram mantidas.

Mas para evitar riscos, um conjunto de sensores foi adaptado para ler a pele de quem está sendo tatuado. Os sensores monitoram as dimensões do membro, além de alterações na rigidez e textura da pele, para que o desenho não sofra perda de qualidade. Ao longo desse ano, os franceses aprimoraram o processo até que foi possível tatuar um círculo perfeito no braço de um rapaz. Segundo os designers, o fato de um robô ser capaz de tatuar um círculo perfeito é um bom indicativo da segurança e da qualidade do processo.

As imagens são carregadas na impressora através de uma versão adaptada do Autodesk. Com os arquivos prontos, basta que o interessado coloque a parte do corpo que deseja tatuar (no momento, só é possível tatuar braços ou pernas) e a impressora começará a trabalhar.

Segundo os desenvolvedores da Tatoué, eles tinham em mente a criação de uma ferramenta de trabalho que desse aos tatuadores mais opções de criatividade. Agora, o desafio deles é tornar tanto a impressora 3D, como o software Autodesk, mais fáceis de usar. Atualmente, a equipe trabalha numa nova versão da máquina, que seja capaz de tatuar em qualquer parte do corpo humano.

No futuro, segundo os criadores, algo como a Tatoué poderá ter diversas aplicações, que vão além das tatuagens. A tecnologia poderá ser empregada na medicina, em cirurgias plásticas.

por Filipe Garrett
Para o TechTudo

As fotografias ilustradas de Sébastien Del Grosso

Inovar e ir além sempre chama a atenção e foi isso que esse artista fez! O francês Sébastien Del Grosso usa suas habilidades fotográficas e de desenho para criar trabalhos únicos que misturam os dois.

Primeiro ele tira autorretratos. Em seguida, rabisca digitalmente sobre eles – além de outras edições de imagem.

A interação entre fotografia e desenho fica incrível! Assim como foi o caso também do espanhol Martín Feijoó, que define formas sobre imagens de nuvens, as fusões de técnicas no trabalho de Del Grosso são excepcionais.

Mais do Sébastien você encontra em seu Facebook.

via Somente Coisas Legais

Nós enxergamos formas nas nuvens, ele desenha sobre elas

Olhar as nuvens e enxergar formas é um tipo de ritual pelo qual todos nós já passamos, provavelmente na infância.

O artista espanhol Martín Feijoó também cultiva esse hábito. A única diferença é que ele é um artista! E como tal, além de enxergar animais, rostos e outros seres nas nuvens, ele dá um formato mais bem definido à sua imaginação por meio do desenho.

Durante uma viagem que fez ao México, Martín fez várias fotografias do céu. Mais tarde ele passou a desenhar sobre elas, criando as artes que você vê abaixo:

O estranho cachorro chamado Rock

Darwin nas nuvens

Um dinossauro

Galinha russa

Um ornitorrinco pescoçudo

Uma mistura de peixe com papagaio

Um pato cabeçudo

Uma tartaruga boxeadora

Imagens de Martín Feijoó desenhando sobre as fotografias

via Somente Coisas Legais

Henri el magnifico, sua caixa e as viagens pelo mundo

Hoje a postagem é pra lá de especial! Já falei no passado aqui no blog a respeito da arte de Henri Lamy, um incrível pintor francês que retrata o cotidiano em suas obras com uma técnica bem interessante. Foi muito legal falar sobre o seu trabalho, mas sabe o que seria mais legal? Ouvir o próprio falando a respeito. E é isso que vamos ler aqui, um bate-papo com ele.

Ultimamente Henri tem viajado bastante e feito uma espécie de “residência” em outros países, em especial nas Filipinas, onde ele diz ser seu segundo país. Tudo bem espontâneo, nada de apenas galerias ou estúdios de arte, mas uma verdadeira imersão na cultura local. Em suas passagens ele busca conhecer projetos locais e até ensina jovens e crianças um pouco sobre arte ao mesmo tempo aprende com elas.

A conversa foi bem tranquila e Henri abre muito nossa visão de arte, que pode ser algo bem natural e gratificante.

Você tem apenas 29 anos, certo? Suas pinturas são bem maduras e sua técnica é incrível. Com que idade você começou a pintar?

Eu comecei desenhando primeiro. Quando criança eu copiava quadrinhos e mangás. Rostos eram muito importantes. Então eu naturalmente tentei a pintura.

Você usa a espátula para pintar. Como foi a escolha desse estilo?

A espátula simplesmente estava na caixa de ferramentas do meu pai (ele costumava ser um artista).

O que é Rivoli 59? Qual o seu envolvimento com eles?

59 é um estúdio de arte.  Ele reúne 30 artistas no centro de Paris. Quando contei aos meus pais “Eu quero ser um pintor”, foi lá que eu aterrissei. Um maravilhoso pontapé inicial: estar em contato com artistas e listas de visitantes foi a chave para me manter ativo e melhorar o meu estilo. Eu conheci pessoas, fiz viagens, comecei a ver obras de arte com mais regularidade.

Como você recebeu o título de “el magnifico”? *risos*

Meu amigo que colocou. Ele é um talentoso cineasta (kiwi entertainment). Eu não sei se foi sério quando ele fez isso, mas de alguma forma eu achei isso engraçado e então eu aceitei. Eu não quero necessariamente que “el magnifico” seja minha marca.

Você viaja pelo mundo promovendo workshops que ensinam e ajudam jovens pintores. Como esse projeto começou? Em que locais você já esteve fazendo isso?

Não é nada tão formal. Em São Paulo por exemplo, eu fiquei na casa do meu amigo Carlos. Ele fazia parte das atividades de um orfanato e assim que eu soube a respeito, eu quis muito fazer algo também. Porque pintar é algo que deve ser compartilhado.

Eu fiz isso em Hong Kong com crianças autistas também, o conceito foi dançar e pintar ao mesmo tempo. Agora que eu penso nisso, a caixa de capoeira pode ter vindo disso também.

Como surge os convites para essas viagens?

É sempre espontâneo. Eu fui uma criança frustrada por não viajar muito. Uma vez que eu tive condições de fazer isso, eu comecei a ir em toda a parte. Sabe, desde que me lembro, o desconhecido sempre me atraiu.

Você veio ao meu país, Brasil. O que você achou daqui? (Henri esteve no Rio e em São Paulo).

Brasil foi fantástico. Povo acolhedor que me fez sentir a gentileza com a proximidade. Eu fui convidado para dividir refeições, descobrir lugares, melhorar minha capoeira em Guaratingeta com o aniversário de 40 anos da associação mestre Puncianinho.

Além disso, eu achei engraçado como Brasil é parecido com meu segundo país de coração: Filipinas. Ambos são lugares com pessoas acolhedoras e as vezes malucas, criativas e generosas.

Você é um grande fã de Capoeira. Como isso começou? Você é bom? Hehe.

Eu tenho duas lembranças, quando criança, que me martelam a mente. Primeiro, quando meu avô estava morrendo, eu me lembro de gastar muito tempo no jardim, jogando minhas pernas no ar, tentando andar com minhas mãos, como uma forma de aliviar a pressão. Segundo, eu vi um homem fazendo um mortal na piscina. Daquele momento em diante eu me senti atraído por acrobacias. Mais tarde aos 15, eu descobri a capoeira, mas meu grande mestre foram as ruas. Elas me disseram sobre suas viagens, isolamento que puderam sentir e com muita frequência eu me senti próximo a essa filosofia e me ajudou muito a crescer como pessoa e reforçar minha determinação como artista.

Oh my Budha, Modern Gallery, Bangkok, Tailândia 2014

Me conte da caixa de pintura de capoeira, seu projeto atual. Onde aconteceu, como a ideia surgiu? Como foram os resultados, o que o público achou?

Em algum momento eu percebi que tenho feito capoeira a minha vida toda e a mesma coisa com arte. Ambos são formas de expressão, então porque não tentar misturar elas? O público parece receptivo e entusiasmado a respeito, eu acho que porque isso enaltece o poder da arte e o que ela transmite.

Muitos artistas iniciantes lêem o blog. Eu não sei como as coisas são na França ou na Europa para os artistas, mas no Brasil não são fáceis. Arte é subvalorizada e ganhar dinheiro com ela é muito difícil aqui. Que conselhos você pode dar para nós?

Sabe, é a mesma coisa em Paris, exceto talvez porque artistas podem encontrar com facilidade várias instalações então eles tem um lugar para criar. Eu atualmente resido na 100ecs (100 rue de charenton, 75012 Paris), onde eu tenho a intenção de construir uma outra caixa e interagir com o público.

Então, o que eu aconselho em primeiro lugar, é para todos apaixonados por arte, precisa praticar muito para alcançar um manejo especial da técnica.

Em seguida, deve-se levar valores que podem encontrar os sentimentos das pessoas, é por isso que como seres humanos todos nós devemos estar abertos e interligados.

Então como em qualquer negócio, um lado de sua alma de artista tem que considerar a melhor opção para venda. Não hesite em gastar algum tempo com isso também!

Para mais sobre Henri Lamy acesse:

henrilamy.fr

Jogo brasileiro “Gryphon Knight Epic” inicia campanha no Kickstarter

O estúdio independente Cyber Rhino Studios, fundado por três sócios e sediado em Florianópolis, acaba de publicar seu primeiro título, “Gryphon Knight Epic“, no Kickstarter, a maior plataforma de financiamento coletivo do mundo. As doações podem ser feitas a partir de 1 dólar pelo LINK e os investidores receberão brindes de acordo com o valor doado – que incluem cópias digitais do game e pelúcias exclusivas dos personagens.

A desenvolvedora espera arrecadar U$ 18 mil, em 33 dias, dinheiro que será aplicado na produção do jogo e no financiamento de ações de publicidade. As doações que superarem as metas serão transformadas em diversos conteúdos extras, como novas fases, outros idiomas, multiplayer, uma protagonista feminina e o que mais for possível.

Sobre o Game

“Gryphon Knight Epic” é um “shoot’em up medieval 2D”, desafiador como nos velhos tempos, para Windows, MAC e Linux, com visual retrô em pixel art, todo feito à mão. Ele será disponibilizado por um preço fixo ainda a ser definido e não vai usar o modelo free-to-play com venda de itens.

Estamos tentando ser aceitos no Steam pelo processo de Greenlight, e os jogadores podem nos ajudar votando ‘sim’ no LINK“, diz Sandro Tomasetti, idealizador e um dos sócios do projeto.

gameplay segue o estilo clássico em que o jogador percorre uma série de fases e precisa desviar de obstáculos, derrotar monstros e chefões, com habilidade e reflexos rápidos.

Em ”Gryphon Knight Epic“, o jogador controla Sir Oliver, condecorado herói e aventureiro, e sua fiel montaria, o grifo Áquila, através de 6 fases feitas à mão, com rotas variadas, e cada uma com dois chefões único; ao derrotar os chefes finais, o jogador adquire sua arma especial e pode usá-la dali por diante.

Diferente de outros jogos do gênero, em “Gryphon Knight Epic“ o jogador pode voltar para trás na fase e explorá-la livremente, para encontrar peças de equipamentos para Sir Oliver e fragmentos da história do jogo. O jogo terá suporte total para joysticks.

Em uma das fases, o jogador vai passar pela Fase da Floresta, onde irá conhecer os dois primeiros chefões: Treestache, uma árvore bigoduda gigante e lenta, mas que dispara incontáveis projéteis pela tela, e o elfo Simiel Totec, armado com arco-e-flecha e tiros triplos.

O game conta com outros elementos fundamentais para o gameplay, como os Escudeiros e os Artefatos. “Escudeiros” são pequenas coisas que orbitam o personagem e fornecem efeitos especiais e bônus: um Dragão que dispara bolas de fogo ou um pequeno cavaleiro que fornece um escudo que absorve danos, por exemplo; “Artefatos” são objetos mágicos que fornecem habilidades ou poderes. Eles se ativam assim que são coletados; exemplos de “Artefatos” são o Dash (um aumento repentino de velocidade) e Health Up (que aumenta permanentemente a quantidade máxima de vida de Oliver).

Reinaldo Rocha e A Caverna do Dragão

“Muita coisa na vida agente é por que escolhe ser. Muita coisa agente nasce sendo. E é fácil confundir uma coisa com outra. Eu sei que nasci mineiro e que meu nome é Reinaldo Rocha.”

Assim começa o papo com o artista e professor de ilustração e pintura, Reinaldo Rocha. Ele ficou conhecido por ter ilustrado o quadrinho do final de Caverna do Dragão!

Dungeons & Dragons (Caverna do Dragão, no Brasil) é a lendária série de animação coproduzida pela Marvel ProductionsTSR e Toei Animation, baseada no jogo de RPG homônimo. A série possui 27 episódios divididos em três temporadas, transmitidas originalmente entre os anos de 1983 e 1986 pela rede de televisão estadunidense CBS.

A animação conta a história de 6 jovens que estão presos em um mundo estranho, mágico e cheio de perigos, que tentam voltar para casa, mas nunca conseguem. O desenho se tornou uma lenda por nunca ter um final. Bom em termos, pois o roteiro do final existe e se chama Réquiem (e você pode lê-lo aqui).

Apesar de muito sucesso no Brasil, nos Estados Unidos a série foi cancelada por baixa audiência.

Por que o desenho foi cancelado? Eu era muito jovem para me lembrar, mas eu ouvi que foi por causa de toda a controvérsia religiosa em relação ao jogo.

Não, nenhuma controvérsia afetou o desenho. O cancelamento foi, pura e simplesmente, devido à baixa audiência. Ela estava em declínio ao longo da terceira temporada, e a CBS sentia que eles cairiam ainda mais.

Disse Mark Evanier, que desenvolveu as idéias para o desenho e escreveu o episódio-piloto, A Noite Sem Amanhã, em uma entrevista encontrada no antigo site do escritor e quadrinista Mushi-San. Inclusive, o próprio Mushi-San iniciou um projeto de desenhar o roteiro de Réquiem, porém nunca terminou, deixando a tarefa mais tarde para Reinaldo Rocha.

Veja o trabalho de Mushi-San.

Reinaldo tem um estilo misto, resultado de vários estudos de técnicas diferentes. Como professor ele acha importante conhecer para ensinar, já como artista, sua própria curiosidade sobre técnicas o levaram a esse caminhos.

Ser artista deu muito trabalho, mais sempre foi o que eu sou. Eu sempre desenhei, nunca parei e acho que as pessoas podem ver o quanto eu amo isso e posso levar isso pra elas. O que aconteceu com o Caverna do Dragão que me levou até essa entrevista.

Eu já fiz muita coisa, já trabalhei muito e tem coisa demais pra contar. E falhei tantas vezes que nem sei falar também. Muito sucesso e muito fracasso, sou uma pessoa que não corre da luta.

Confira o papo que o Urucum Digital levou com esse dedicado artista.

Fale um pouquinho da sua trajetória como ilustrador, vem de muito tempo? Você sempre trabalhou com isso?

Sempre desenhei e fazia o que podia pra estudar. Com 13 fiz instituto universal de desenho que minha tia me deu de natal. Eu copiava os desenhos dos quadrinhos que comprava. Era meu jeito de estudar por que não tinha acesso a muita informação. Eu saí da casa dos meus pais com 19 pra estudar em BH, nasci em viçosa, interior de minas. E desde desse dia ate hoje com 29 anos. Nunca parei de trabalhar e de estudar. Já trabalhei pro governo, Casa dos quadrinhos, fazendo animações, brinquedos e produtos pra produção na China, já tive empresa, já trabalhei em empresa de publicidade. Durante muito tempo trabalhar foi minha escola. Por que aprendia com as pessoas de onde trabalhava. Já fui professor, coisa que tenho muita saudade. Trabalhei com jogos, filmes e quadrinhos. Mais sempre fazendo freelances. Até que fiquei 3 anos apenas com freelances. Que é o que faço atualmente, porque gosto muito de viajar e isso me da liberdade. Apesar de estar cansado de freelas e querendo um emprego.

Você é professor de desenho, o que mais gosta de fazer, desenhar ou ensinar? Ou um complementa o outro?

Minha vida toda eu sofri muito por que eu queria muito aprender e ninguém podia me ensinar. Eu morava em uma cidade pequena e meu sonho era ir pra uma cidade grande pra estudar. E na minha época não tinha internet como tem hoje. Quando eu tinha 15 anos na minha casa tinha internet discada. Eu comprava CD na banca pra saber o que tava rolando. Rs

E eu decidi virar professor porque eu quero ajudar pessoas igual a mim que querem aprender, querem perguntar pra alguém e não tem ninguém.

E por falta de material eu li os mesmos livros milhares de vezes, e aprendi as mesmas coisas de jeitos diferentes em diferentes livros porque na procura mesmo sendo a mesma coisa, talvez eu aprendesse alguma coisa nova que fizesse diferença.

E eu aprendi varias métodos de fazer a mesma coisa. E pra fazer melhor eu estudei todas as matérias que envolvem desenho. Por exemplo psicologia, linguagem corporal, fotografia e tudo que eu achasse que podia ajudar.

E acho que isso me transformou em professor por que eu não quero que seja difícil pra outras pessoas como foi pra mim.

Você estuda bastante a respeito de arte, inclusive tem experiência fora do país no assunto. O brasileiro está apto a se desenvolver como artista no exterior ou ainda existem restrições a respeito de arte para quem é daqui?

Eu te juro Vitor o mundo sempre vai estar de braços abertos pra pessoas de talento. O negocio é o dinheiro. Se você quiser estudar em escolas do exterior eles vão te receber muito bem, é só você pagar. Não é tão caro. Eu acho mais barato que estudar aqui. E as escolas de lá são melhores sim.

Mais a respeito de emprego não interessa se você é brasileiro ou qualquer coisa. Interessa se você é cidadão. Em alguns países eles pagam caro pra contratar pessoas de outros países.

Depende do modelo econômico do país. Mais como sempre o negocio é dinheiro. Se você der mais lucro que prejuízo. (Parece Lógico, mais é na verdade uma aposta do seu patrão).

Meu conselho de verdade. A gente vive em mundo globalizado. E você tem internet no seu quarto, acho que tem que parar com essa ideia de vou lá ver o que que rola. Isso é infantil e sonhador.

Você pode trabalhar pra mais de um país pela internet, fazer dinheiro e ir lá passeando.

Seu trabalho e estilo busca um pouco de tudo. Você aparenta ser um cara que gosta de experimentar. Essa é uma característica que sempre foi sua, ou ensinar requer que você conheça e experimente coisas novas sempre?

Eu gosto de experimentar no desenho por que sou assim na vida. Quando era pequeno o primeiro quadrinho que li e pirei foi um Homem-Aranha versus Venom desenhado por Todd McFarlane. Ele falou pra tentar desenhar tudo e não ficar desenhando a mesma coisa. Eu segui o que ele falava por um tempo. Fiz Design Gráfico porque ele fez também. E eu vi um vídeo que fala pra usar filtro solar que falava pra todo dia a gente fazer alguma coisa que assusta a gente. Eu acredito nisso porque acho que a gente tem a capacidade de fazer, mais muitas vezes não faz por medo e por bloqueio. Então vamos botar esse medo pra fora e tentar tudo.

Amyr Klink fala que medo vira respeito e respeito vira confiança. E acho que isso ajuda a ser professor porque ao mesmo tempo em que eu entendo que o aluno tem que transformar esse bloqueio em conhecimento eu posso falar, Rapaz confia em mim que eu sei o que eu tô falando.

E se eu não souber eu experimento. É assim que o aluno ensina o professor também.

Atualmente você trabalha como? O que tem feito?

Estou preparando um jogo com a empresa Eletronic Motion pra GDC da Alemanha. Atualmente é meu projeto mais importante. Mas eu trabalho como freelance. Tenho feito um quadrinho das Tartarugas ninja pro lançamento do filme.

Eu trabalho no meu quarto com um notebook e um monitor em cima de uma caixa de sapato. Larguei a Cintiq e uso a Intuos porque eu consigo relaxar mais enquanto trabalho com a postura melhor rs. Eu mando e-mail pros lugares que quero trabalhar. E escuto Nerdcast e 8tracks. Mais acho não foi essa a pergunta né haha.

Você é o cara que ilustrou o final de Caverna do Dragão! O Réquiem. Como foi essa experiência? Foi muita responsabilidade pegar algo tão querido e cheio de tabus e fazer assim?

Eu gosto muito de desenhar e procurei na internet um roteiro pra fazer em quadrinhos. Achei o do Caverna do Dragão e comecei a fazer por prazer mesmo. Fiz a capa que é a primeira página, minha professora na época falou que daria um excelente trabalho de conclusão de curso. Assim eu fiz. Só que nos primeiros seis meses foi apenas de pesquisa. Tipo de público, quem são essas pessoas, o que compram e tendências futuras.

E no segundo semestre eu iria desenhar e finalizar. Só que sofri um acidente de carro e dei umas capotadas e o osso do pescoço… sinistra. Fiquei um tempo sem andar, mais tinha que formar então eu colava uma folha na parede e colocava uma chão perto da cama ai quando o braço doía eu trocava pra outra folha. Isso com tudo com aquela coleira. Demorei 3 meses pra fazer tudo. E por isso o desenho é um pouco diferente do meu traço normal.

Mas eu voltei a andar, terminei os quadrinhos e me formei. Mas hora nenhuma eu senti essa responsabilidade. Eu me diverti fazendo eu estava preocupado em formar e em andar. Fiquei surpreso com todas as pessoas que ficaram felizes de ver o final e isso me emocionou muito.

Foi um episodio da minha vida que traz muito orgulho de mim mesmo. Eu amei a vida, amei os quadrinhos e lutei ate onde eu podia e acho que esse amor que tirei do peito foi nos quadrinhos como uma onda de coisas boas. Por que é só um quadrinho, mais as pessoas tratam como se fosse um feito muito grande. Acho que as pessoas sabem o que eu passei pra fazer de algum jeito.

É possível ver os seus quadrinhos de Caverna do Dragão em muito lugares, me lembro de ter visto até no Canal Nostalgia do Youtube, que é bem famoso. Isso te abriu muitas portas? As pessoas sempre lembram de te dar os créditos?

Na maioria das vezes sim. O Nostalgia foi o único que errou meu nome, haha. Isso me abriu muitas portas sim. Eu formei, conheci gente legal. Sei que pessoas ficaram felizes. Nunca ganhei dinheiro por causa disso e ninguém nunca me passou freelas por isso também.

Quanto ao canal nostalgia, foi muito legal mesmo. E a animação que eles fizeram ficou muito legal. Muita gente veio me dar os parabéns pelo trabalho, o que foi o melhor de tudo. Fiquei impressionado como as pessoas são gentis e mandam palavras legais.

Não é sempre que temos um professor de desenho a disposição, que dicas você pode dar, tanto para quem está começando, quanto para quem já está no mercado?

Minha dica principal: Vá em busca de você mesmo. Pode ser que você encontre um mestre, pode ser que não. Pode ser que você tenha uma escola, pode ser que não. Pode ser que um monte de coisas que você acha que vai fazer na sua vida, na realidade nunca aconteçam. Mas nunca desista de você mesmo e do que te faz feliz, por que uma hora você tem que aceitar, o mundo não é um lugar fácil, e você não pode parar de lutar.

Se precisar toma seu tempo e respira, Mas sabendo que vai levantar e vai lutar de novo. No seu coração tem todas as respostas que você precisa. E a sua arte vai ser do tamanho do seu amor.  E só você buscar e seguir você mesmo.

Aprender a fazer sua arte e aprender a fazer dinheiro, são coisas diferentes. Com internet vocês tem tudo que precisam. Existem escolas muito boas online. Tipo CDA e Schoolism e Melies. Se você não tem dinheiro existe de graça também. Se você não tem tempo acorda mais cedo, dorme mais tarde. Evita drogas e exageros. Ou qualquer coisa que te roube de você mesmo.

Algumas pessoas vão falar que estudar o renascimento é o melhor, outras que a Indústria diz o que você faz. Faça os dois. Se ta em dúvida se estuda 3D ou ilustração, faz os dois, no caminho você se encontra.

E o segredo maior, não tem segredo. Existe luta. Eu queria falar que não desista que um dia você alcança, mas pensa bem alcançar o quê? Quando você chegar lá você vai parar? Talvez você já esteja muito mais longe do que imagina.

Confira os quadrinho de Reinaldo do episódio Réquiem, de Caverna do Dragão.

Veja mais de Reinaldo Rocha em seu blog.

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