7 filmes que abordam consciência e conservação ambiental

Acho que essa lista é essencial para crianças, mas diz muito sobre adultos. Diz muito sobre o mundo em que vivemos e nossa intensiva campanha em destruí-lo. Narra com histórias lúdicas o obvio: sem natureza, como sobreviver? E temos em doses divertidas e sensíveis a ilustração de quão contraditório e cego pode ser o ser humano, destruindo vida em busca de uma “vida melhor”.

Então antes de adentrar em qualquer assunto,, aconselho que você reserve uma tarde, faça algo gostoso para comer e sente com seu filho para ver algum destes títulos. Mais importante que apresentar lições e conteúdo de qualidade para crianças, dar o exemplo tem sido o melhor dos métodos.

Não basta apenas falar “Preservar o meio ambiente é importante, querido, por favor, veja esse filme”, é necessário inserir o hábito da conservação e restauração do meio ambiente em nossa rotina. Como garantir um futuro melhor para as crianças? Mostrando na prática que a mudança é possível. Sim, podemos transformar nossas práticas em algo positivo.

Temos aqui lindas imagens, com animais, árvores, aventuras e a maior lição de todas: precisamos valorizar a vida, e não só a nossa.

E muito me espanta que num país que possuí a maior área da Floresta Amazônica, tribos intocadas e uma diversidade de fauna e flora de colocar continentes no chão, se produza tão pouco conteúdo infantil abordando tais temas. Alô indústria! Vamos falar de coisa boa, vamos falar de meio ambiente!

Confira a lista.

1. O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida

É o melhor filme infantil para discutir destruição, conservação e restauro do meio ambiente, e ainda tem pitadas geniais de como a indústria se beneficia e distorce nosso senso do que é correto. O filme é baseado no livro do Dr. Seuss, que foi um cartonista e desenhista americano responsável por personagens como O Gato de Cartola, Grinch e Lorax. Procurem livros dele, é fantástico!

No filme temos Ted, um menino com ótimas intenções: conseguir um beijo da garota que gosta, mas ela é uma ativista [yey!] e completamente apaixonada pela história das Trúfulas, árvores que foram extintas antes dos jovens personagens nascerem. Então acompanhamos a busca de Ted pela última Trúfula e o retorno ao passado de Thneedville, a cidade feita de plástico onde as árvores são mantidas com pilhas.

Retornamos na história do filho rejeitado que busca a aprovação da mãe. Um dia ele resolve partir em busca de um futuro melhor – leia-se: impressionar a família – e descobre uma linda floresta de Trúfulas; no primeiro momento ele fica maravilhado, mas já vai logo tirando o machado e cortando uma das lindas árvores para fazer um “lindo” e super prático tecido. Nessa chega Lorax, o Guardião da Floresta, que entra de forma triunfal para colocar nosso Umavez-ildo no lugar. Só que a ambição humana é implacável e isso fica muito evidente durante o filme, que tem músicas fantásticas, uma animação linda e um dos melhores roteiros escritos.

O estúdio que criou O Lorax para os cinemas, Illumination Entertainment, é o mesmo do Meu Malvado Favorito, então corre e vai lá ver.

2. Nausicaä do Vale do Vento

Esse filme é uma das obras primas de Hayao Miyazaki, diretor e roteirista japonês responsável pelo Studio Ghibli, lugar onde nascem os filmes mais lindos do mundo. Se você nunca ouviu falar em nenhum desses dois nomes, corra procurar sobre e veja todos os filmes.

Dias de Fogo é um evento conhecido por ter destruído o ecossistema da Terra e a civilização humana. Os que restaram do grande evento se esforçam em conseguir sobreviver, já que o clima e as condições são áridas e a população teve que recorrer a tecnologia para se manter, isolados em pequenos impérios.

Nausicaä é uma princesa de um pequeno império no Vale do Vento, que além de tentar conter as investidas de outros reinos, também estuda uma floresta chamada Mar da Corrupção, cheia de plantas e insetos gigantes, onde o ar é tóxico e tem devastado todo o planeta com seus danos. Ao contrário do restante da população, Nausicaä se sente fascinada pela floresta e acredita que ela possuí belezas, mesmo depois dos danos terem causado a morte de quase toda a sua família.

É uma história linda sobre o quão nocivo podem ser os danos causados pelos seres humanos na natureza, mas que nem tudo está perdido. E foi a primeira produção do Hayao Miyazaki, já que enquanto a Disney lançava sua Branca de Neve, os japoneses do outro lado do mundo mostravam que meninas podiam ser cientistas e voar!

3. WALL-E

É uma animação da Pixar e foi dirigida pelo mesmo diretor de Procurando Nemo.

A história se passa num futuro distante onde a Terra está destruída e soterrada em lixo. Tudo isso aconteceu por nosso cultura consumista, que engoliu, processou e vomitou até que o planeta estivesse sem recursos naturais e com tranqueiras empilhadas sobre tudo; e claro que isso aconteceu com a ajuda de uma megacorporação, a Buy-n-Large , que também foi a responsável pela retirada da população humana da Terra até ela se “restabelecer”. Nossa sociedade começou a viver em naves no espaço, sedentários, se alimentando de porcarias, até que se viram impossibilitados de caminhar. É chocante ver em uma animação nossa sociedade espelhada de forma tão honesta. Realmente chega a causar angústia, pois parece [ou será] que esse é o nosso futuro.

Nós começamos a acompanhar a rotina de WALL-E, um robô coletor de lixo que vive na Terra, sozinho. Até que um dia chega a EVA, outro robô, mas nesse caso ela foi enviada para buscar vida na Terra… e calha que WALL-E tem surpresas. E assim começa a aventura, com nosso robô correndo atrás da super high tech.

É minha produção preferida da Pixar, não só por colocar todas as métaforas de forma genial, mas porque eles conseguiram criar um personagem que não fala nada além do próprio nome e “EVA” e mesmo assim é expressivo e carismático. WALL-E é o aluno nerd do fim da classe que você quer abraçar – e de quebra ele ajuda a salvar a humanidade.

4. Minúsculos [Minuscule – La vallée des fourmis perdues]

Essa linda e bem escrita produção francesa não fala diretamente sobre o impacto humano no meio ambiente, mas conta a história de uma guerra entre formigas com riqueza bélica, tática e de humor quando uma cesta de piquenique é abandonada.

Um casal saí correndo quando a mulher entra em trabalho de parto e deixa toda a comida do piquenique no local, gerando a trama dessa animação que dura poucos minutos, não tem nenhum diálogo, mas deixa nosso coração cheio de ensinamentos de trabalho em equipe, generosidade e como decisões humanas podem impactar na vida de outros seres, mesmo sendo “apenas” formigas.

Nossa Joaninha-macho que toma partido na guerra é acolhida de forma muito divertida pelo grupo e se vê engolida por forças mais potentes que seus curtos braços. É um daqueles filmes para se assistir junto com a família e além de se deliciar com uma arte realmente bem produzida, ver uma versão dos filmes com formigas muito bem feita e didática quando discutida.

5. O Mundo dos Pequeninos

Esse filme é do diretor Hiromasa Yonebayashi, que fez uma linda adaptação do livro The Borrowers, da escritora Mary Norton, que publicou a história dessas pequenas pessoas em 1952.

O filme conta a história de Arrietty e sua família, pequenos seres que parecem pessoas normais, mas com 10cm de altura, e que vivem no assoalho de uma casa em Tóquio.  Com a chegada de Sho, um garoto doente, uma amizade um tanto inusitada nasce entre eles. Durante toda a história a sensação é que os Barrows são seres da natureza, talvez uma releitura das “fadas”, mas que se viram forçados a habitar pequenos lugares a medida que a civilização domesticava animais e se espalhavam em locais intocados. Mas infelizmente eles não estão seguros nem dentro da própria casa, já que quando um dos adultos descobrem que a casa pode estar sendo habitado pelos “pequenos intrusos” começa uma guerra em busca de extinguir Arrietty e sua família.

É um filme bonito, com uma histórica tocante e com uma narrativa que foge da fórmula americana. Deixa ainda mais a sensação de que os intrusos são os seres humanos, já que forçam todos os seres a se habituarem com seus gostos e sonhos, e nunca o contrário, aceitando a ordem natural da natureza.

ONCE UPON A FOREST, Cornelius, Russell, Abigail, Edgar, Michelle, 1993, TM and Copyright (c)20th Century Fox Film Corp. All rights reserved.

6. Era uma Vez na Floresta

Apesar de sempre ver Ferngully em vários lugares como filme que discute conservação do meio ambiente, esta obra incrível dirigida por Charles Grosvenor nunca está em lado algum.

Abgail, Edgar e Russel vivem felizes numa floresta, tal como um rato, uma toupeira e um ouriço devem viver. Eles são amigos e seguem sua rotina como sempre, até que um dia um homem chega na floresta espalhando gases tóxicos e adoece Michelle, amigas deles. Então começa a busca do três amigos, junto com o Tio Cornelius, de uma forma de salvar Michelle e a floresta.

É um daqueles filmes antigos, de 93, que contam fábulas de uma forma simples e divertida.

7. Princesa Mononoke

Meu favorito na lista, mais um do Hayao Miyazaki! E esse é meu filme preferido dele, porque temos um japão onde os seres humanos convivem com deuses da natureza e suas forças que trazem destruição para florescer a vida.

Somos apresentados ao Príncipe Ashitaka, que após matar o terrível deus-Javali se vê amaldiçoado pelo mesmo. Angustiado, ele foge da mesma aldeia que lutou tanto para defender e nesse longo caminho acaba por conhecer San, a Princesa Mononoke.

Numa aldeia está sendo travada uma luta e do lado dos deuses-animais está San, que foi adotada e criada por uma tribo de deuses-lobos. Seu ódio pelos seres humanos que estão destruindo a natureza é enorme e ela com o tempo foi se esquecendo do seu lado humano, até o seu encontro com Ashitaka.

E nisso a história se desenvolve, entre uma guerra entre a civilização que quer se estabelecer e a natureza, e seus protetores, que lutam incansavelmente contra a destruição.

Foi colocado aqui os filmes que não são abordados com frequência, mas recomendamos também:
Irmão Urso, Vida de Inseto, Reino Escondido, Tainá – Uma Aventura da Amazônia, Mogli – O Menino Lobo, Procurando Nemo, Rio [1 e 2] e A Fuga das Galinhas.

via Não Pule da Janela

Casal recebe US$ 2,2 milhões nos EUA para trocar asfalto por placas solares

Julie e Scott Brusaw  são um canal norte-americano que quer trocar todo o asfalto do mundo por placas solares. O projeto chamado de Solar Roadway, se conseguir ser implantado, não só gerará energia limpa e renovável, mas irá reduzir significamente as emissões de gases poluentes, diminuindo assim o efeito estufa. Esse projeto está cada vez mais perto de ser uma realidade.

A ideia está sendo financiada por várias fontes interessadas e já arrecadou US$ 2,2 milhões. Dos financiadores temos a Administração Federal de Rodovias dos EUA e o site de investimentos coletivos IndieGoGo. O que torna o Solar Roadway cada vez mais próximo de ser implantado.

O dinheiro veio de mais de 48 mil pessoas, de 42 países. Um sucesso! Especialmente, porque o vídeo de divulgação viralizou na web, com mais de 19 milhões de visualizações. Se quiser dar uma forcinha vale a pena contribuir no site, afinal gastamos com tanta coisa inútil, porque não ajudar o planeta, também conhecido como nossa casa?

Ao ter a ideia de instalar painéis fotovoltaicos no chão, Julie e Scott pesquisaram como fazer painéis solares aguentarem muito peso.

“Queríamos painéis solares em que você pudesse dirigir, estacionar e andar em cima”

Conta Scott que é engenheiro elétrico, no site da iniciativa. A pesquisa se extendeu por 8 anos e finalmente chegou ao ponto em que poderá ser implatada. Os painéis podem aguentar mais de 113 toneladas. Feitos de vidro, sendo que 10% do material é reciclado. Cada módulo possui pequenos hexágonos que contém células solares.

O dinheiro arrecadado até agora será investido na implantação e viabilização das estradas de painéis solares no mundo todo! A contratação de pessoal e profissionais capacitados não só ajudará a mudar a realidade do mundo como gerará empregos.

“Esses painéis podem ser instalados em rodovias, estacionamentos, calçadas, ciclovias e playgrounds… Literalmente, em qualquer superfície abaixo do sol”

Conta o casal em seu site.

A eletricidade gerada servirá para abastecer a demanda das casas e empresas. O casal calcula que um sistema nacional de painéis pode produzir mais energia limpa do que os Estados Unidos usa como um todo.

Como se tudo isso não fosse o bastante, o novo sistema poderá fazer crescer o mercado de carros elétricos, dando um fim no império do combustível fóssil (eles não devem estar muito felizes).

Em cidades frias, em que haja muita neve, o sistema ainda servirá para descongelá-la, limpando as vias. Os postes de transmissão de energia nas ruas serião removidos e substituídos por fios de transmissão subterrâneos, claro que ainda haverão postes de iluminação.

Além disso o LED dos painéis sinalizarão com iluminação as estradas, travessias de pessoas a noite, a demarcação de faixas e sinalização de ruas ,tudo isso totalmente programável. Espaços como quadras e praças também seriam beneficiados, já que a configuração das luzes é completamente personalizável. Quer transformar a quadra de basquete em quadra de tênis? Basta reprogramar as luzes via software.

Agora é já começar a criar leis bem rígidas para evitar que em países como o Brasil, essa energia que deve ser limpa e sustentável não se torne mais uma fonte de exploração de dinheiro pelo governo. Veja bem, eu disse criar leis e não rezar e esperar pelo melhor. Vamos precisar arregaçar as mangas e ficar de olho. Isso é uma coisa boa que não acontece com frequência no mundo.

Acredito que ainda haverão problemas ambientais a serem corrigidos. Com tanta luz insetos e animais poderão ser atraídos, o que desde já deve ser motivo de preocupação. Cercas, redes de proteção e travessia para animais devem ser considerados. Até agora nenhum desses questionamentos foi abordado pelo casal ou pelos responsáveis da implantação da nova tecnologia.

Informações Solar Roadways, IndieGoGoSuper Interessante, Hypeness

Armandinho, Alexandre Beck e o compromisso com o mundo

Um dia um amigo me disse: “Cara tem um menino no Facebook, uns quadrinhos. Nossa, é você!”, eu fiquei tentando entender o porque do sorriso, achando que ele estava tirando uma com minha cara, daí ele me explicou que se tratava de um personagem de tirinhas que estava aparecendo no Facebook vira e mexe. Não dei muita bola no começo, até que o fato se repetiu com uma amiga, daí fui procurar saber quem era o tal “menino que se parecia comigo”.

O menino dos quadrinhos era o Armandinho e de fato não posso negar que temos muito em comum. Ele chegou de mansinho no Facebook e logo de cara agradou a muita gente. É um menino de uma inocência meio destrambelhada, que gosta muito de animais e nos faz rir muito com suas “tiradas”.

Armandinho foi criado em 2009 pelo ilustrador, agrônomo e comunicador social,  Alexandre Beck, só se tornando a tirinha que conhecemos em 2010. Ele não foi planejado e na verdade foi criado em poucas horas para ilustrar um trabalho urgente. Uma matéria de economia sobre pais e filhos (Olha aí você que vive reclamando de prazos curtos).

Dinho, como é conhecido carinhosamente, representa muitos de nós na infância. Uma criança atentada, mas muito amável, o que torna fácil se identificar com ele.

A tirinha tem um compromisso social grande, tratando de temas como preservação do meio ambiente, igualdade social e cresceu muito nos últimos tempos.

O trabalho de Alexandre é bem legal e está sendo reconhecido por muitos. Um fato curioso desse reconhecimento foi a participação do Armandinho na CowParade catarinense. Uma exposição de arte pública que já percorreu diversas cidades de todo o mundo. Se tratam de esculturas de fibra de vidro em forma de vaca e que são decoradas por artistas locais.

É impossível não notar no Armandinho as influências de personagens como o Calvin, a Mafalda e o Menino Maluquinho, tudo isso somado a sensibilidade única do Alexandre Beck torna a tirinha sensacional.

O Urucum Digital recebeu um presentão, uma entrevista com criador do Armandinho e com o próprio Armandinho! Beck foi muito legal e contou coisas interessantes.

As pessoas sabem muito sobre o Armandinho, mas pouco sobre você. Como é o Alexandre Beck? Como é o seu trabalho hoje em dia?

Trabalho quase exclusivamente com textos/desenhos/quadrinhos há 15 anos. De 2000 a 2005 trabalhei em redação de jornal e depois comecei a produzir de casa. É algo que demanda esforço, mas que pra mim compensa.

Como você acabou virando ilustrador?

Já havia feito agronomia e terminava comunicação social quando surgiu uma vaga de ilustrador no Diário Catarinense. Levei meus desenhos e fui selecionado.

Você ganhou um prêmio ainda jovem na Bienal Internacional de Kanagawa, no Japão. Como foi isso?

Foi uma professora que enviou um desenho meu para o concurso. Eu só soube quando recebi o prêmio, uma grande medalha de prata e um diploma da prefeitura de Kanagawa. Foi algo bacana, mas não imaginava na época que desenhar pudesse se tornar minha atividade.

Você tem uma carreira de muitos trabalhos interessantes, participou do Diário Catarinense, fundou a Artes & Letras Comunicação. Essa trajetória para você foi algo orgânico ou custou dar uma forçadinha no destino? Sabemos que nada vem fácil, mas foi algo que veio naturalmente para você?

As coisas foram acontecendo, passo a passo. Eu tinha vontade de trabalhar com desenhos. Por isso, fui cursar comunicação social em 97, mesmo graduado em agronomia. O curso de comunicação não foi como eu imaginava (ainda bem), mas foi importante na minha formação e visão de mundo. Depois, já ilustrador do Diário, comecei a fazer paralelamente quadrinhos voltados à educação ambiental – uma preocupação minha – utilizando conhecimentos da agronomia. A Arte & Letras veio para formalizar meus trabalhos como jornalista-ilustrador.

O Armandinho surgiu por acaso não é verdade? Inclusive sem nome. Conta pra gente a história.

As primeiras tiras do que veio a se tornar o Armandinho fiz em 2009. Foram feitas às pressas, pra ilustrar uma matéria que seria publicada no dia seguinte no jornal. As tiras que eu fazia na época, com outros personagens, não se encaixavam na matéria – que abordava economia familiar, com pais e filhos. Usei um desenho que tinha pronto, rabisquei pernas para representar os pais e as tiras foram publicadas no dia seguinte.

Maurício de Sousa costuma dizer que é o pai da Mônica, você se considera o “pai” do Armandinho? Como é a sua “relação” com ele?

O Maurício é de fato o pai da Mônica, que trabalha com ele, inclusive. Eu sou pai do Augusto e da Fernanda. Minha relação com o personagem é mais de cumplicidade. Mas muita gente me chama de “pai do Armandinho”, e não tem problema nenhum nisso.

O Armandinho tem muito de você? Sabemos o quanto ele quer um mundo melhor, isso vem da personalidade do Alexandre ou é um compromisso social que você quis que a tirinha assumisse?

É inevitável que tenha. Essa linha trago de outros trabalhos e setores da minha vida, incluindo a época do movimento estudantil, e está presente no Armandinho.

O Armandinho mudou muito a sua vida? O que mudou para você quando ele começou a fazer sucesso? Foi algo inesperado para você?

À medida que o personagem foi precisando, fui direcionando mais de meu tempo a ele. Isso mudou minhas tarefas e permitiu, por exemplo, me dedicar a fazer os livros. Não esperava o reconhecimento do personagem. Nunca foi esse o objetivo, e isso não muda nada minha forma de fazer as tiras.

Você acha que o mercado brasileiro tem carência do tipo de trabalho que você executa hoje com o Armandinho? Temos grandes profissionais de quadrinhos, mas poucos tão populares como ele se tornou.

Não creio que devamos direcionar nossas ações pra atender a um “mercado” ou que “popularidade” deva ser um objetivo a ser alcançado. Há muita gente lutando pelo bem comum, apesar de todas as dificuldades. São voluntários, professores, profissionais da saúde, etc. Isso é importante e merece ser reconhecido e valorizado. Muito mais que cartunistas ou “produtores de mercadoria”, somos seres humanos e cidadãos.

Seu estilo de traço nas tirinhas é bem característico. Ele foi desenvolvido para as tirinhas do Armandinho ou seu estilo sempre seguiu essa linha? Você tem outros trabalhos acontecendo atualmente que gostaria de contar pra gente?

O estilo dos meus quadrinhos educativos vai mais ou menos nessa linha. Mas escrevo, desenho e às vezes pinto coisas diferentes.

Que dicas você poderia dar para os ilustradores e quadrinistas que leem o blog?

Não me sinto à vontade pra dar dicas, mas algumas coisas me são importantes. Uma ilustração/quadrinho pode afetar o comportamento alheio, e isso implica responsabilidade. A leitura e a reflexão são fundamentais, e se refletem no nosso trabalho.

Quem busca originalidade talvez deva parar de tentar agradar os outros ou seguir caminhos já percorridos. Todos somos únicos, originais. Talvez a resposta esteja dentro de nós mesmos.

O papo com o Alexandre estava muito legal, até que alguém entrou na conversa. Já que ele estava por lá, resolvi fazer umas perguntas para ele também.

Armandinho, você tem noção do sucesso que está fazendo na internet? Tem gente querendo até suas camisas. O que acha disso?

Acho ruim. Tenho poucas camisas e gosto muito delas pra dar pra alguém.

Você é tão bagunceiro quanto parece ou é só impressão minha?

É só impressão sua, do meu pai, da minha mãe e dos meus professores.

Você gosta muito de animais né? Tem até um sapo. Porque você gosta tanto deles?

O sapo não é meu. Ele anda comigo porque quer. Por que eu gosto de animais? Por que não gostaria?

Tem gente por aí dizendo que você parece com o Calvin e a Mafalda. Você conhece eles? O que acha disso?

Tenho uma tia que se chama Mafalda. Ela é bem legal, mas acho que não se parece comigo. Ela tem alguns cabelos brancos.

Por que um garotinho como você decidiu que quer mudar o mundo?

Não decidi. Não sei fazer diferente. Eu gosto do mundo, das pessoas e dos bichos. Acho que aqui podia ser um bom lugar pra todos, não só pra alguns. Não acha?

Essa foi uma das matérias que mais gostei de fazer e quero agradecer ao Alexandre e ao Armandinho por falarem comigo. Definitivamente esse Armandinho apronta todas e o Alexandre é um cara legal.

Alexandre Beck: Blog

Livros do Armandinho

Facebook

Artista Telmo Piper re-pinta seus próprios desenhos de infância.

Telmo Pieper, muralista holandês, com a ajuda do Photoshop, recria digitalmente seus desenhos antigos em versões realistas de sua imaginação infantil. A série Kiddie Artes apresenta a aparência de alguns dos mais estranhos animais – uma baleia em forma de sapato, um caracol com a menor concha do mundo, e uma mosca que olha estranho – uma grande coleção de desenhos de coisas típicas de menino.

Pieper desenhou as imagens originais quando tinha apenas 4 anos, o que mostra como suas habilidades de pintura evoluíram muito e também que já possuia talento em idade tão jovem. Agora, ele trabalha em parceria em uma muralista artística, “Telmo Miel” em Roterdão e desenha diariamente – um sonho de infância se tornou realidade!

Informações: boredpanda

As tatuagens de Nouvelle Rita

A tatuadora portuguesa Nouvelle Rita e seu incrível trabalho de arte. Com traços extremamente gráficos, diretos e sensíveis, essa artista de Lisboa tem feito trabalhos incríveis. O detalhamento de suas tatuagens chama muito atenção junto a sua singularidade.

Seus desenhos são apaixonantes, apesar de diretos e realistas, eles possuem características surreais que enchem os olhos. Predominantemente animais, seus trabalhos são em uma única cor, preta, no entanto é possível ver o resultado de algumas aventuras com cores surgindo, confira.

Parceria feita com a tatuadora Tania Catclaw, que trouxe sua aquarela aos traços de Rita.

Gostou? Veja mais dela em seu Instagram ou em seu Facebook.

Steadfast Stanley

Conheça a emocionante história de Stanley, um cãozinho que foi deixado pra traz em pleno apocalipse zumbi. Porém, ele não mediu esforços para reencontrar o seu dono. Por John Cody Kin.

Cães não são nossa vida inteira, mas eles fazem nossas vidas completas.
Roger Caras

Contato imediato

A apreensão  tomava conta de seu corpo, nessa altura dos acontecimentos toda a nave já havia  sido vítima da criatura. Armado até os dentes com lança-chamas e granadas de  fumaça já não sabia mais se era o caçador ou a caça. Como é possível que uma  gosma preta com aproximadamente 10 cm pudesse derrubar 2 adultos, uma criança e  um cachorro apenas tendo contato com a pele?

Os  nervos pareciam que se partiriam, de repente "AHHH" uma goteira vinda da  ventilação quase o mata do coração quando cai em sua frente. Respira fundo. E  continua...

Com  os óculos especiais de calor avista a criatura. Ela é mais rápida do que  imaginava, não há tempo para atirar!

De  frente para o monitor assistindo apreensivo ao filme, penso como o herói irá se  safar dessa e no mesmo momento percebo algo com o canto do olho se movendo  entre a estante e a porta. Ainda assustado pelo filme, mas calmo e movido pela  curiosidade viro lentamente a cabeça para ver o que se move ali e percebo que o  vulto tem a mesma reação!

Incrédulos,  eu e o vulto, ficamos nos observando por aproximadamente 3 segundos que  pareciam parar o tempo, pensando: "Que diabos?!"

Rapidamente  quando termina o estranhamento o ratinho que me observava da porta e eu caímos em  si do perigo para ambos e num movimento quase "the fláshico" ele volta correndo  para baixo da estante, enquanto eu... Bem eu faço o que qualquer homem de 20  poucos anos faria. "MÃEEEE!"

Ora,  não me leve a mal, mato quantas baratas e insetos forem necessários, removo  quantos lagartixas forem precisas, lido com quantas lacraias estiverem  incomodando, mas UM RATO?! Ele te observa com os olhinhos cheios de expressão,  tem reações inteligentes, aparenta saber coisas que você não sabe, ELE ESPIRRA!  Definitivamente não iria subir em uma cadeira e gritar, mas com certeza não  colocaria minhas mãos nele para colocá-lo para fora e muito menos cometeria o  assassinato de meu parente mamífero.

A  cena a seguir seria hilária se não fosse trágica, com a ajuda da minha mãe  armada de uma vassoura, já não sabendo mais se eu era o caçador ou se havia me  tornado a caça, juntos fechamos todas as entradas da casa e abrimos caminho  para a saída, fizemos o rato correr de baixo da estante que como um raio tentou  fugir para o banheiro, mas sem perceber que a porta estava fechada, assustado,  bateu com a cabeça nela, ainda zonzo, se dirigiu a sala, que tinha caminho  livre, pois não havia porta barrando o caminho, mas se deparou comigo assustado, tentando  assustá-lo, o que surpreendentemente deu certo.

Em um  desfecho incrível, minha mãe da uma vassourada no pequeno invasor que,  provavelmente, o fez ter a viagem mais rápida de sua vida. Da copa para o lado  de fora da casa em menos de 1 segundo.

Nessa  altura do campeonato, a criatura correu para baixo da escada do quintal, onde  ficam as ferramentas, envolto na noite escura, com a promessa de que  retornaria.
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