7 filmes que abordam consciência e conservação ambiental

Acho que essa lista é essencial para crianças, mas diz muito sobre adultos. Diz muito sobre o mundo em que vivemos e nossa intensiva campanha em destruí-lo. Narra com histórias lúdicas o obvio: sem natureza, como sobreviver? E temos em doses divertidas e sensíveis a ilustração de quão contraditório e cego pode ser o ser humano, destruindo vida em busca de uma “vida melhor”.

Então antes de adentrar em qualquer assunto,, aconselho que você reserve uma tarde, faça algo gostoso para comer e sente com seu filho para ver algum destes títulos. Mais importante que apresentar lições e conteúdo de qualidade para crianças, dar o exemplo tem sido o melhor dos métodos.

Não basta apenas falar “Preservar o meio ambiente é importante, querido, por favor, veja esse filme”, é necessário inserir o hábito da conservação e restauração do meio ambiente em nossa rotina. Como garantir um futuro melhor para as crianças? Mostrando na prática que a mudança é possível. Sim, podemos transformar nossas práticas em algo positivo.

Temos aqui lindas imagens, com animais, árvores, aventuras e a maior lição de todas: precisamos valorizar a vida, e não só a nossa.

E muito me espanta que num país que possuí a maior área da Floresta Amazônica, tribos intocadas e uma diversidade de fauna e flora de colocar continentes no chão, se produza tão pouco conteúdo infantil abordando tais temas. Alô indústria! Vamos falar de coisa boa, vamos falar de meio ambiente!

Confira a lista.

1. O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida

É o melhor filme infantil para discutir destruição, conservação e restauro do meio ambiente, e ainda tem pitadas geniais de como a indústria se beneficia e distorce nosso senso do que é correto. O filme é baseado no livro do Dr. Seuss, que foi um cartonista e desenhista americano responsável por personagens como O Gato de Cartola, Grinch e Lorax. Procurem livros dele, é fantástico!

No filme temos Ted, um menino com ótimas intenções: conseguir um beijo da garota que gosta, mas ela é uma ativista [yey!] e completamente apaixonada pela história das Trúfulas, árvores que foram extintas antes dos jovens personagens nascerem. Então acompanhamos a busca de Ted pela última Trúfula e o retorno ao passado de Thneedville, a cidade feita de plástico onde as árvores são mantidas com pilhas.

Retornamos na história do filho rejeitado que busca a aprovação da mãe. Um dia ele resolve partir em busca de um futuro melhor – leia-se: impressionar a família – e descobre uma linda floresta de Trúfulas; no primeiro momento ele fica maravilhado, mas já vai logo tirando o machado e cortando uma das lindas árvores para fazer um “lindo” e super prático tecido. Nessa chega Lorax, o Guardião da Floresta, que entra de forma triunfal para colocar nosso Umavez-ildo no lugar. Só que a ambição humana é implacável e isso fica muito evidente durante o filme, que tem músicas fantásticas, uma animação linda e um dos melhores roteiros escritos.

O estúdio que criou O Lorax para os cinemas, Illumination Entertainment, é o mesmo do Meu Malvado Favorito, então corre e vai lá ver.

2. Nausicaä do Vale do Vento

Esse filme é uma das obras primas de Hayao Miyazaki, diretor e roteirista japonês responsável pelo Studio Ghibli, lugar onde nascem os filmes mais lindos do mundo. Se você nunca ouviu falar em nenhum desses dois nomes, corra procurar sobre e veja todos os filmes.

Dias de Fogo é um evento conhecido por ter destruído o ecossistema da Terra e a civilização humana. Os que restaram do grande evento se esforçam em conseguir sobreviver, já que o clima e as condições são áridas e a população teve que recorrer a tecnologia para se manter, isolados em pequenos impérios.

Nausicaä é uma princesa de um pequeno império no Vale do Vento, que além de tentar conter as investidas de outros reinos, também estuda uma floresta chamada Mar da Corrupção, cheia de plantas e insetos gigantes, onde o ar é tóxico e tem devastado todo o planeta com seus danos. Ao contrário do restante da população, Nausicaä se sente fascinada pela floresta e acredita que ela possuí belezas, mesmo depois dos danos terem causado a morte de quase toda a sua família.

É uma história linda sobre o quão nocivo podem ser os danos causados pelos seres humanos na natureza, mas que nem tudo está perdido. E foi a primeira produção do Hayao Miyazaki, já que enquanto a Disney lançava sua Branca de Neve, os japoneses do outro lado do mundo mostravam que meninas podiam ser cientistas e voar!

3. WALL-E

É uma animação da Pixar e foi dirigida pelo mesmo diretor de Procurando Nemo.

A história se passa num futuro distante onde a Terra está destruída e soterrada em lixo. Tudo isso aconteceu por nosso cultura consumista, que engoliu, processou e vomitou até que o planeta estivesse sem recursos naturais e com tranqueiras empilhadas sobre tudo; e claro que isso aconteceu com a ajuda de uma megacorporação, a Buy-n-Large , que também foi a responsável pela retirada da população humana da Terra até ela se “restabelecer”. Nossa sociedade começou a viver em naves no espaço, sedentários, se alimentando de porcarias, até que se viram impossibilitados de caminhar. É chocante ver em uma animação nossa sociedade espelhada de forma tão honesta. Realmente chega a causar angústia, pois parece [ou será] que esse é o nosso futuro.

Nós começamos a acompanhar a rotina de WALL-E, um robô coletor de lixo que vive na Terra, sozinho. Até que um dia chega a EVA, outro robô, mas nesse caso ela foi enviada para buscar vida na Terra… e calha que WALL-E tem surpresas. E assim começa a aventura, com nosso robô correndo atrás da super high tech.

É minha produção preferida da Pixar, não só por colocar todas as métaforas de forma genial, mas porque eles conseguiram criar um personagem que não fala nada além do próprio nome e “EVA” e mesmo assim é expressivo e carismático. WALL-E é o aluno nerd do fim da classe que você quer abraçar – e de quebra ele ajuda a salvar a humanidade.

4. Minúsculos [Minuscule – La vallée des fourmis perdues]

Essa linda e bem escrita produção francesa não fala diretamente sobre o impacto humano no meio ambiente, mas conta a história de uma guerra entre formigas com riqueza bélica, tática e de humor quando uma cesta de piquenique é abandonada.

Um casal saí correndo quando a mulher entra em trabalho de parto e deixa toda a comida do piquenique no local, gerando a trama dessa animação que dura poucos minutos, não tem nenhum diálogo, mas deixa nosso coração cheio de ensinamentos de trabalho em equipe, generosidade e como decisões humanas podem impactar na vida de outros seres, mesmo sendo “apenas” formigas.

Nossa Joaninha-macho que toma partido na guerra é acolhida de forma muito divertida pelo grupo e se vê engolida por forças mais potentes que seus curtos braços. É um daqueles filmes para se assistir junto com a família e além de se deliciar com uma arte realmente bem produzida, ver uma versão dos filmes com formigas muito bem feita e didática quando discutida.

5. O Mundo dos Pequeninos

Esse filme é do diretor Hiromasa Yonebayashi, que fez uma linda adaptação do livro The Borrowers, da escritora Mary Norton, que publicou a história dessas pequenas pessoas em 1952.

O filme conta a história de Arrietty e sua família, pequenos seres que parecem pessoas normais, mas com 10cm de altura, e que vivem no assoalho de uma casa em Tóquio.  Com a chegada de Sho, um garoto doente, uma amizade um tanto inusitada nasce entre eles. Durante toda a história a sensação é que os Barrows são seres da natureza, talvez uma releitura das “fadas”, mas que se viram forçados a habitar pequenos lugares a medida que a civilização domesticava animais e se espalhavam em locais intocados. Mas infelizmente eles não estão seguros nem dentro da própria casa, já que quando um dos adultos descobrem que a casa pode estar sendo habitado pelos “pequenos intrusos” começa uma guerra em busca de extinguir Arrietty e sua família.

É um filme bonito, com uma histórica tocante e com uma narrativa que foge da fórmula americana. Deixa ainda mais a sensação de que os intrusos são os seres humanos, já que forçam todos os seres a se habituarem com seus gostos e sonhos, e nunca o contrário, aceitando a ordem natural da natureza.

ONCE UPON A FOREST, Cornelius, Russell, Abigail, Edgar, Michelle, 1993, TM and Copyright (c)20th Century Fox Film Corp. All rights reserved.

6. Era uma Vez na Floresta

Apesar de sempre ver Ferngully em vários lugares como filme que discute conservação do meio ambiente, esta obra incrível dirigida por Charles Grosvenor nunca está em lado algum.

Abgail, Edgar e Russel vivem felizes numa floresta, tal como um rato, uma toupeira e um ouriço devem viver. Eles são amigos e seguem sua rotina como sempre, até que um dia um homem chega na floresta espalhando gases tóxicos e adoece Michelle, amigas deles. Então começa a busca do três amigos, junto com o Tio Cornelius, de uma forma de salvar Michelle e a floresta.

É um daqueles filmes antigos, de 93, que contam fábulas de uma forma simples e divertida.

7. Princesa Mononoke

Meu favorito na lista, mais um do Hayao Miyazaki! E esse é meu filme preferido dele, porque temos um japão onde os seres humanos convivem com deuses da natureza e suas forças que trazem destruição para florescer a vida.

Somos apresentados ao Príncipe Ashitaka, que após matar o terrível deus-Javali se vê amaldiçoado pelo mesmo. Angustiado, ele foge da mesma aldeia que lutou tanto para defender e nesse longo caminho acaba por conhecer San, a Princesa Mononoke.

Numa aldeia está sendo travada uma luta e do lado dos deuses-animais está San, que foi adotada e criada por uma tribo de deuses-lobos. Seu ódio pelos seres humanos que estão destruindo a natureza é enorme e ela com o tempo foi se esquecendo do seu lado humano, até o seu encontro com Ashitaka.

E nisso a história se desenvolve, entre uma guerra entre a civilização que quer se estabelecer e a natureza, e seus protetores, que lutam incansavelmente contra a destruição.

Foi colocado aqui os filmes que não são abordados com frequência, mas recomendamos também:
Irmão Urso, Vida de Inseto, Reino Escondido, Tainá – Uma Aventura da Amazônia, Mogli – O Menino Lobo, Procurando Nemo, Rio [1 e 2] e A Fuga das Galinhas.

via Não Pule da Janela

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