No começo da indústria de games, o processamento e a memória das máquinas era muito, MUITO, limitada.
Os primeiros games tinham 16 cores para trabalharem. Só. Era o EGA, da IBM, que já era considerado um avanço tremendo.
Aí a galera conseguiu expandir para 256 cores com o VGA (usado em coisas até hoje!) e os cenários começaram a parecer BEM bonitos.
Mas ainda faltava alguma coisa… como deixar os cenários mais reais ainda animando eles, só que com todas as limitações computacionais da época?
A solução foi o color cycling, que uns também chamavam de pallete shifting.
Como só haviam 256 cores disponíveis para se criar uma paleta de cores, os programadores descobriram que era possível, no entanto, alterar a própria paleta.
Como assim? Cada paleta durava um ciclo, a paleta seguinte substituía as cores que seriam alteradas na imagem seguinte, e a sequência disso causava a impressão de animação.
Tudo isso gera esse efeito BEM legal e muito convincente sem qualquer aumento significativo do tamanho do arquivo. Afinal de contas, ainda é apenas uma imagem.
Os exemplos desse site são incríveis e mostram todo o potencial dessa prática (aliás, mostram até mudança de iluminação de acordo com a hora do dia nas mesmas paisagens, coisa fina e linda). Eles disponibilizam até o tutorial para fazer a mesma coisa usando html5.
Nessa palestra incrível no GDC 2016, o designer de games das antigas Mark Ferrari conta como eles começaram a trabalhar com gráficos EGA, fizeram o pulo do gato pra animar com o color cycling e até mesmo passaram a economizar espaço nos games ao usar essa técnica para até mesmo mudar cenários inteiros!
Sim, é BASTANTE tempo, mas o conteúdo é riquíssimo pra quem se interessa pela história dos videogames (e acho que computação em geral).
Cada cientista tem um golpe especial baseado nas sua teorias.
A revista Superinteressante publicou hoje o tão esperado Science Kombat, um jogo que usa cientistas conhecidos na história como personagens principais. O game ficou conhecido mundialmente alguns meses antes do seu lançamento oficial quando Diego Sanches, o designer principal, publicou alguns GIFs dos golpes dos cientistas em seu portfólio.
Hoje o jogo foi oficialmente lançado e pode ser jogado neste link. Existem dois modos, o jogo de torneio ou uma luta só. É possível escolher oito cientistas diferentes, como por exemplo Stephen Hawking, Charles Darwin, Albert Einstein, Marie Curie e Isaac Newton, e caso o jogador perca, ele vê uma frase inspiradora de um dos cientistas que não entrou no game.
Cada um dos cientistas possui um golpe especial que é baseado nas suas principais teorias. Os cenários onde os cientistas lutam também têm alguma importância histórica para cada um deles. E o chefão do jogo no modo torneio é ninguém menos que o todo-poderoso, que começa como uma mulher e vai se transformando em outras divindades ao longo da luta. Apenas depois de vencê-lo, Deus fica disponível como personagem.
Veja abaixo alguns gifs dos especiais dos cientistas.
A concepção do jogo foi feita por Fred Di Giacomo Rocha e Otavio Cohen Oliveira e ele é considerado pela dupla como uma espécie de sequência do Filosofighters, game publicado pela Superinteressante em 2011 e que segue o mesmo estilo 8-bits, mas usando grandes pensadores da história como personagens. Originalmente o Science Kombat iria usar como tema a briga de “Ciência vs Religião”, mas segundo Fred, em reuniões com o resto do time da Super decidiu-se que esse tema seria polêmico demais.
De acordo com Denis Russo, Diretor de Redação da Superinteressante, o jogo terá versão para Android e iOS em breve.
Crédito dos gifs: Diego Sanches/Superinteressante/Editora Abril. Via B9
Sergey Kolesov (também conhecido como Peleng) é da cidade de Ivanovo, Russia. Ele usa o estilo fantasia para criar suas imagens. Basicamente ele desenha tipos de imagens de horror, um pouco assustadoras, mas descoladas e raramente dramáticas… bom, algumas delas mais assustadoras que descoladas.
Tem coisas na vida que simplesmente têm que acontecer né? Quando comecei a usar o site Deviantart eu escolhi alguns favoritos para seguir e nunca mais larguei. Pessoas que tinham uma ou outra característica que eu queria aprender para mim. Entre eles um cara que tinha o trabalho incrível me chamou atenção.
Na época achei que poderíamos ser até parentes por causa do segundo nome dele, mas me respondeu bem direto que não, quando perguntei a respeito, e esse foi o único contato que tive com eles em anos. E agora, estou eu aqui o entrevistando.
Michel Victor Lima de Oliveira é um designer gráfico que trabalha com tudo um pouco. Principalmente ilustração e animação. A característica dele que sempre me chamou atenção e eu sempre quis aprender, é como administrar tantas áreas de conhecimento ao mesmo tempo. Eu tenho dificuldade com isso.
Com um trabalho impecável e que impressiona ele mistura música, desenho, animação, efeitos especiais e até mesmo interatividade. São telas de encher os olhos e que apesar de estarem sendo postadas em forma de vídeo aqui, elas possuem uma experiência toda especial em seu formato original.
Hoje vou fazer um pouco diferente, ao invés de espalhar as imagens pelo texto, postarei os links para o trabalho de Michel no final da matéria. O trabalho dele precisa ser visto em movimento. Vai valer a pena, acredite.
O Urucum Digital conversou com Michel Victor e descobriu muitas coisas legais, inclusive dicas que podem abrir a sua mente. Dê uma conferida.
Seu trabalho sempre me impressionou muito, você é aquele tipo de artista que passa a impressão que sempre desenhou bem. Como foi o começo, o aprendizado do Michel Victor?
Eu tenho duas lembranças nítidas de quando eu me diferenciei dos outros amigos na escola. A primeira foi quando meu pai me ensinou que não se desenhava com traços únicos e duros, e sim traçando com suavidade e com vários traços para alcançar o efeito necessário, ele desenhou um coqueiro, e eu vi como ele fez, isso eu tinha 6 anos de idade. Na sala de aula eu refiz o coqueiro e mostrei para a professora, e ela ficou impressionada, mostrou para todos da sala e ainda mais, ela mostrou para as outras salas também. Eu não imaginava que era algo tão grande assim, mas eu gostei da sensação de que eu tinha algo especial e que as pessoas gostavam disso.
O segundo momento foi com minha tia Solange, ela era daquelas pessoas que sempre fazia o desenho de capa do seu caderninho, ela sabia copiar muito bem outras imagens e eu sempre observador, aprendi muito vendo ela desenhar. Uma imagem me marcou muito que foi a imagem de uma arvore com uma cobra enrolada, e eu o reproduzi também. Como eu comecei com paisagens, eu segui nesse caminho até meus 12 anos, até eu começar a me interessar por meninas, ai comecei a me aventurar pelo manga e comecei a desenhar pessoas, principalmente mulheres, até hoje esse é meu tema preferido, mas durante toda minha juventude me aventurei em todos os tipos de segmentos e estilos, desde Tiny Toons até Overhaulin (programa de reforma de carros, onde Chip Foose sempre desenhava o carro antes).
Eu também fui para escola de pintura em óleo, mas não fiquei muito tempo, não me adaptei com a pintura tradicional (todos meu desenhos eram preto e brancos).
Após me formar na escola fui para a faculdade de Desenho Industrial no interior de São Paulo, mas o curso era muito fraco então decidi me aventurar no Rio de Janeiro na faculdade de Design Gráfico voltado para Animação 3D e jogos.
Foi lá que tive meus primeiros contatos com o universo 3D. Lá passei por todos os processos, desde de desenho com modelos vivos e perspectivas, aprendi maquete eletrônica em 3D, modelagem, animação, iluminação, renderização. No meu TCC fiz um curta metragem que pode ser visto no Youtube, concluindo o curso com nota máxima. Esse curta também me rendeu 3 prêmios em festivais de animações no Brasil.
Durante minha estadia no Rio de Janeiro, comecei a desenhar para o Tibiabr, e foi eles que me deram minha primeira tablet. Meu mundo no desenho digital apenas começou com 19 anos.
Quando terminei a faculdade sentia que meu desenho ainda não estava bom o suficiente, foi ai que decidi realmente me empenhar e treinar, com isso fiquei um ano dentro de um quartinho apertado perto da área de serviço no apartamento dos meus pais. Foi um ano inteiro tentando alcançar o melhor de mim, meu objetivo era entrar nas revistas da Ballistic Publishing, que reúne os melhores pintores digitais do mundo. Após um ano desenhando, nenhum desenho havia sido escolhido, mesmo assim continue desenhando e evoluindo.
No ano seguinte os mesmo desenhos que não haviam sido escolhidos, foram selecionados, foram escolhidos 3 desenhos dos 5 que havia enviado. Nessa edição eu fui o único brasileiros que havia entrado na revista. No ano seguinte tive mais um desenho publicado.
Eu não possuo mais meus primeiros desenhos, mas eu refiz ele agora das lembranças que eu tinha daquela época.
Você treina com frequência?
Atualmente não ando treinando muito minhas técnicas de desenho e pintura, estou focando mais em animações e efeitos especiais que são o que estou mais gostando de fazer atualmente.
Te conheci no Deviantart, virei seu fã quase que instantaneamente (na época fui atraído pelo seu segundo nome, achava que fosse sobrenome e que pudéssemos ser parentes hehe). Até onde sei, você não tem nenhum website próprio, apenas algumas redes sociais. Qual sua relação com o Deviantart e é uma opção se manter por lá e não possuir um site?
Eu tenho um carinho especial pelo Deviantart, pois tudo que consegui hoje foi graças a ele.
Um site sozinho não resolve, para que um site funcione eu preciso gastar muito tempo com divulgação e o Deviantart sendo uma rede social faz isso muito bem sem muito esforço, e o público do Deviantart é apenas apreciadores de arte e artistas é diferente do Facebook por exemplo.
Além disso de todas as rede sociais de artistas, foi a única que encontrei que aceitava uma forma inteligente de colocar minhas animações, que no caso deles uso o Flash. Então é o único lugar que posso ser diferente dos outros artistas e isso funcionou muito bem.
De qualquer forma eu possuo o domínio, www.michelvictor.com.br que te joga para o Tumblr e la tem os links para todas as redes sociais.
Você tem uma característica que é muito peculiar. É capaz de atuar em diversas áreas da arte e da tecnologia (o que é algo que eu trabalho muito em mim também). Desenho, pintura, design, música, animação 3D, edição de vídeo, efeitos especiais, são algumas das que sei que você ataca. Essa característica de “homem renascentista” veio de forma natural ou um belo dia você decidiu que queria dominar tudo? Você teve ou tem dificuldade para aprender alguma?
Eu sou uma pessoa que fica entediado muito fácil e sou muito preguiçoso e acho que essas são as duas principais para me ter feito aprender tanta coisa diferente. Eu não consigo ficar fazendo a mesma coisa todo dia, então estou sempre a procura de coisas novas para fazer ou aprender, tentar coisas novas sempre. Não consigo me imaginar sendo caixa de um banco por 30 anos, isso é desesperador.
E como sou preguiçoso eu sempre procuro a melhor, mais fácil e mais rápida forma de fazer algo, então sempre estou pesquisando novas formas de resolver meus problemas.
Além disso a parte mais emocionante para mim é quando estou aprendendo algo novo, depois que chego a um ponto que estou satisfeito eu perco o interesse e começo aprender algo novo.
Eu sempre quis aprender a programar para conseguir fazer um jogo sozinho, mas nunca tive sucesso, o mais longe que eu consegui chegar foi aprender algumas coisas no Flash, mas quem sabe um dia eu me empenhe o suficiente para consegui aprender né? Ai pode sair um jogo legal um dia.
Você da conta de tudo? Tenho um amigo que diz que é preciso se focar em algo para evoluir. Eu sinceramente não sei se concordo com isso. O que você pensa disso?
Muita gente me diz isso, em certo ponto esta correto, mas tudo é relativo. Eu vejo muita gente no mercado que é muito ruim no que faz, mas tem seu público, seus clientes e ganha dinheiro.
Como eu disse anteriormente, eu estudo até o ponto que me faz feliz e isso as vezes não leva a vida toda, certo? Ai você tem tempo para aprender novas coisas. A vida é uma só e eu não vou gastar ela com apenas uma coisa.
Você encontrou uma forma de juntar muitas das suas habilidades para realizar um único tipo de trabalho. Suas pinturas digitais parecem vivas, e algumas delas até interativas. Possuem movimento, som e música. Como foi chegar nesse tipo de obra? Foi algo que decidiu sozinho ou teve inspiração de outros artistas?
Quando estava terminando meu TCC, tive que aprender After Effects para conseguir terminar, para mim o After Effects foi o divisor de águas, no primeiro dia que eu abri ele e comecei a estudar eu me apaixonei, era um Photoshop mas que se movia, era muito mais legal que Photoshop.
Eu tinha uma conta mais antiga no Deviantart, mas tinha poucos acessos, ninguém realmente se interessava pelo meu trabalho, que era exatamente as primeiras pinturas que você encontra na minha galeria. Eu sabia que eu era um artista bom, mas artistas bons existem milhões no Deviantart, eu tinha que fazer algo para mudar isso, fazer algo único. Foi ai que tive a ideia de animar os desenhos, eu não sei bem como veio essa ideia, mas funcionou, agora eu tinha algo único e eu comecei a ganhar grande exposição no Deviantart. Eu comecei a faze-lo justamente porque senti a necessidade de evoluir para conseguir chegar onde eu queria.
Essas animações foi algo que eu criei sozinho, não acho que devo ter sido o primeiro a fazer isso, mas eu nunca havia visto antes, e eu mesmo que criei minha própria técnica.
Para falar sobre minhas habilidades com música, eu teria que contar outra história enorme só para isso. haha
De certa forma você é um visionário no que faz e muito dedicado. Quando te conheci, seus trabalho não eram algo comum de se ver por aí (e ainda não são ao meu ver), especialmente no Brasil e com tamanha qualidade. A reação das pessoas, quando você começou a aparecer, foi como? E como é essa reação hoje em dia?
Confesso que quando comecei a postar esses desenhos em 2009, as pessoas ficavam muito impressionadas, postagem tipo “WOW, OMG O.O” ou “I never saw something like that before” apareciam com bastante frequência, hoje em dia os comentário são mais “Awesome like always”, as pessoas já não se impressionam como antes, pois já estão acostumada a ver meu trabalho.
Talvez esteja na hora de pensar em algo diferente. Estou com algumas idéias mas ainda não sei como executa-las.
Basta ver um pouquinho do seu portfólio para perceber algo recorrente. Qual é a sua relação com as “ladies”? O tema da mulher bonita e sensual é sempre algo utilizado por você. E como as pessoas reagem, depois de passar pela fase de encantamento e perceber sempre a figura da mulher no seu trabalho? (A uns anos atrás, mostrei seu trabalho para uma grande amiga e ilustradora incrível e me diverti com a reação dela. “Nossa, muito interessante, mas ele é meio carente não?” Hehe. Imagino que homens e mulheres reajam diferente ao seu trabalho).
Eu falei um pouco na minha história sobre isso, mas vamos nos aprofundar mais sobre isso. Quando mais jovem eu era muito tímido eu era parecido com o Rajesh do Big Bang Theory, era uma tarefa quase impossível chamar uma menina para sair.
Eu sempre ia na banca de jornais procurar por revistas que ensinavam a desenhar, um dia apareceu uma revista “Como desenhar Mangá” e havia uma linda moça na capa, foi assim que comecei a desenhar minhas próprias “namoradas”, isso me lembra um filme Ruby Sparks.
Mas ao decorrer do tempo isso mudou, eu não sou mais tão tímido quanto antes. Mas hoje eu criei um tipo de admiração, eu adoro a beleza feminina e isso me faz querer pinta-la.
Muito das minhas imagens são inclusive de pessoas que passaram na minha vida.
Eu acho que eu sou mais um pervertido do que um carente. haha
Você faz tantas coisas, que a entrevista fica até curta para falar de tudo. Qual é a sua relação com música? Você ainda tem uma banda? Vi alguns vídeos seus como DJ. Tem trabalhado com isso também?
Eu achei que eu iria escapar da parte musical, mas temos uma pergunta para isso. haha<
Assim como meu pai me ensinou meus primeiros passos no desenho, ele também me ensinou meus primeiros passo na música, com a música Chopsticks (a música do Danoninho) no piano.
Além disso minha vó foi dona do primeiro conservatório musical da cidade, então eu já nasci envolvido nesse mundo.
Apesar disso, eu frequentei pouco os conservatório de musica, assim como as escolas de desenhos, eu não me adaptei, eu sou uma pessoa que não gosta de regras, eu gosto de aprender o que eu quero, na hora que eu quero, da forma que eu quero, então eu nunca gostei de professores.
Eu passei por algumas bandas quando jovem, mas minha maior dedicação foi ao Militia onde passei 9 anos tocando e compondo rock pesado. Infelizmente com a cena atual eu não achei que a banda pudesse um dia nos sustentar, apesar de ter sido meu maior sonho, viver de banda, depois de 9 anos eu perdi as esperanças e a deixei.
Após isso eu comecei a produzir música eletrônica, até ganhei um concurso, mas não me dei bem, pois o que eu gostava mesmo era de pegar no instrumento e tocar ao vivo, e não apenas mixar músicas.
De qualquer forma, eu estou trabalhando compondo músicas para jogos e filmes, foi algo que encontrei que pudesse continuar no mundo da música e também poder ganhar uma grana com isso.
Fazendo tantas coisas, com o que você tem trabalhado de fato atualmente? Emprego, negócio próprio? Imagino que o mercado deva te adorar.
Estou trabalhando basicamente 10% como professor universitário em Publicidade e Propaganda e Jornalismo, 10% como ilustrador, 10% como musico e 80% com animador.
Atualmente eu peguei um cliente para animar dezenas de páginas de uma história em quadrinho de conteúdo adulto, mais conhecido como Hentai. É muito divertido animar seios pulando, vocês deveriam experimentar. haha
Todo mundo sabe como é difícil trabalhar com arte no Brasil. Como é e foi a sua experiência?
Felizmente vivemos em um mundo globalizado, então eu não enfrento esses problemas, pois 98% dos meu clientes são de outros países. No Brasil enfrentamos vários problemas, um deles é nossa cultura em relação a arte, ela é menosprezada aqui, poucos dão o valor necessário. Outro problema é a inadimplência, temos que tomar muito cuidado para não tomarmos calote aqui.
Enquanto aqui no Brasil os clientes tentam te pagar o mínimo possível e sempre querem mais desconto, eu já tive vários clientes estrangeiros que me pagaram mais do que o combinado apenas porque eles acharam o trabalho incrível, é quase surreal pensar nisso por aqui.
E agora temos mais um motivo para pararmos de trabalhar com clientes brasileiro, a crise econômica e politica brasileira. Com o dólar a 4 reais, fica difícil para cliente brasileiros pagaram tão caro pelo menos trabalho. Um trabalho que poderia custar 200 reais, custa hoje 800 reais.
Por fim, uma pergunta padrão aqui do Urucum Digital. Que conselhos você pode dar para as pessoas que estão começando ou que tentam viver da arte?
Por experiência própria, o que deu certo para mim, pode não dar para você, mas eu aconselho a ser diferente, ter o diferencial, ser único, indiferente da área que você esta, tente se sobressair fazendo algo surpreendente, algo que nunca ninguém fez antes e eu tenho certeza que isso te levará a lugares grandiosos.
Confira alguns dos trabalhos de Michel Victor. Clique para abrir.
Mais um texto traduzido para ajudar os colegas quadrinistas brasileiros. Este foi escrito por Caleb Ward no site The Beat baseado nas anotações de Ben Caldwell.
Storyboards são uma ferramenta extremamente útil para ter no processo de pré-produção. Simplificando, storyboards são desenhos em quadrinhos semelhantes utilizados para mostrar layouts de cena e composição. Filmes com muitos recursos orçamentários têm artistas especificamente contratados para fazer storyboards, mas a maioria dos cineastas independentes têm que fazer o trabalho eles mesmos.
Se suas habilidades de desenho são qualquer coisa como as minhas, seus storyboards provavelmente parecem feitos por uma criança do jardim de infância. Mas o que se pudéssemos fazer storyboards tão bons quanto os profissionais?
As dicas a seguir foram criadas pela Dreamworks como um guia de estilo para os seus artistas de storyboard. Embora essas dicas sejam destinadas para uso em animação, os conceitos ainda se aplicam a filmes live-action.
1. Evitar cenas planas a não ser quando necessário.
Se você não estiver familiarizado, cena plana é uma imagem que é nula de perspectiva 3D. A imagem plana não é muito envolvente e, assim, contribui para um storyboard desinteressante. No entanto, se você está querendo obter uma tomada como a visão de Deus de Wes Anderson, a cena plana pode ser o jeito certo.
Um exemplo de Cena Plana de Wes Anderson
2. Estabelecer grades para ajudar a “aterrar” seus personagens e composições.
Aterrar grades ajuda a desenvolver um senso de espaço e posição de câmera. Sem grades pode ser difícil de demonstrar como os personagens estão posicionados na cena.
3. Usar o primeiro plano, médio plano, plano de fundo & plano de fundo distante para mostrar profundidade.
Tenha em mente que elementos podem levar até o primeiro plano e o fundo de uma cena (paredes, árvores, etc). Assim como uma cena bem composta, um storyboard precisa ter elementos em diferentes distâncias, a fim de mostrar profundidade.
4. Ao lidar com vários personagens, tentar agrupá-los logicamente para ajudar a fazer os cortes irem e voltarem com mais facilidade.
Pode ser bastante difícil para filmar mais de duas pessoas conversando entre si ao mesmo tempo. A Dreamworks recomenda agrupar as pessoas para facilitar a escolha de cortes.
5. Ser cauteloso com composições em que tudo é paralelo ao quadro.
Tendo objetos paralelo ao quadro faz uma cena muito desinteressante. Tente compensar o fundo para adicionar profundidade.
6. Tomar cuidado com como você enquadra os personagens… Não esprema-os só para caberem na cena.
Esta é dos princípios simples de desenho. Assim como com a cena de um vídeo, o espaço vazio é tão importante quanto o espaço que é preenchido. Não sinta a necessidade de preencher e amontoar cada parte do quadro.
7. Cenas sobre o ombro & cenas de reação ajudam a mostrar diálogos.
Cenas “sujas” ajudam a dar à cena uma sensação de intimidade ou mesmo hostilidade, fazendo o diálogo parecer mais importante.
9. Explorar as diferentes alturas dos personagens se você precisar estabelecer ou restabelecer sua cena.
Como qualquer curso iniciante irá dizer-lhe, ângulos de câmera dizem ao público muito sobre como eles deveriam se sentir sobre um personagem. Alto ângulos implicam fraqueza e medo, ângulos baixos implicam poder e dominação. Cortando em diferentes alturas de personagens podem lembrar o público como se sentem sobre determinados personagens.
10. Motivar seus cortes.
Assim como na edição, seus storyboards precisa mostrar a motivação para cortes. Isso pode ser efeitos sonoros escritos, cabeças girando, movimentos, etc.
Todas essas imagens foram compartilhadas pela primeira vez por Ben Caldwell em seu blog. Você pode baixar impressões de página inteira dos storyboards em seu post de história/anotações de design.
Ficou esperando o ônibus? Está dando aquele tempo após o almoço? Está preso numa fila de banco gigante? Se você é uma daquelas pessoas que de vez enquanto precisam passar o tempo, mas não tem muita paciência para jogos que exigem destreza e vive reclamando com saudade do jogo da “cobrinha” no celular, essa dica talvez possa te interessar.
São dois jogos de quebra-cabeças bem bonitos e criativos, que exigem apenas raciocínio e são perfeitos para dar aquela matada no tempo. Você pode ser como eu e jogar em doses homeopáticas quando sente vontade ou enfiar a cabeça e jogar direto como um viciado.
Kami
Kami é jogo da State of Play Games, ele é simples de se entender e nem tão fácil assim de jogar. Basicamente você tem que preencher a tela com uma única cor, tocando em papéis coloridos que ao toque, se dobram e vão preenchendo com a cor selecionada. Quanto menos toques para preencher a tela, melhor!
O jogo tem fases grátis e premium e vale muito a pena de se conferir. A arte é bonita e agradável, tornando a experiência ainda mais legal.
Machinarium é uma delícia de se jogar. Este é um jogo independente premiado, desenvolvimento pelo estúdio Amanita Design, dos mesmo criadores de Samorost e Botanicula.
O jogo é de aventura, ao estilo longa-metragem, no qual os jogadores assumem o papel de um robô que foi exilado para a sucata. Os jogadores devem usar a lógica, coletar itens importantes e resolver quebra-cabeças ambientais para levar o robô de volta para a cidade de Machinarium, para que ele possa resgatar seu namorada-robô, salvar o chefe da cidade, e derrotar os vilões do Black Cap Brotherhood.
A arte do jogo é linda e qualquer pessoa pode jogar, sem a necessidade de grandes habilidades, apenas raciocínio e diversão.
Ralph McQuarrie (1929-2012) foi um designer conceitual americano e ilustrador.
Em 1975, George Lucas comissionou McQuarrie para illustrar cenas do roteiro de Star Wars.
McQuarrie projetou muitos dos personagens do filme, inclusive Darth Vader, Chewbacca, R2-D2 e C-3PO. Ele também desenhou muitos conceitos para vários dos cenários do filme.
“Eu apenas fiz o meu melhor para descrever como imaginei que o filme devesse se parecer, eu realmente gostei da ideia.
Eu não achei que o filme iria ser feito. Minha impressão foi que era muito caro. Achei que era demais para o público. Era muito complicado. Mas George sabia muitas coisas que eu não sabia.” – Ralph McQuarrie
Alguns dos conceitos de McQuarrie são bem diferentes dos usados no filme.
Em suas representações, sabres de luz eram de uma única cor, e eram carregados por Storm Troopers e outros não-Jedi / personagens Sith, antes de Lucas desenvolver plenamente a mitologia e torná-los uma arma Jedi.
Outras ilustrações são muito próximas das cenas que terminaram no filme final.
“Ralph foi a primeira pessoa que eu contratei para me ajudar a vislumbrar Star Wars. Sua contribuição genial, na forma de produção de pinturas inigualáveis.
Impulsionando e inspirando todo o elenco e equipe da trilogia original de Star Wars.” – George Lucas
O Império Contra-Ataca (1980)
“É realmente uma prova de como ele era importante … Que há uma ligação entre muitas dessas imagens icônicas e as cenas do filme.
A maneira que ele ilustrou eles foi uma influência sobre esses personagens, como eles agiam.” – George Lucas
“Quando as palavras não poderia transmitir minhas idéias, eu sempre podia apontar para uma das ilustrações de Ralph e dizer … Faça desse jeito.”- George Lucas
“Foi uma oportunidade especial para começar a partir do zero. Sendo capaz de criar novos personagens, veículos e mundos… e desde quando eu comecei não era muito claro se o filme seria feito. Eu não tinha que me limitar.” – Raplh McQuarrie
Foi McQuarrie quem sugeriu que Vader usasse aparatos respiratórios.
“George descreveu Darth Vader como tendo túnicas negras. No roteiro, Vader tinha que saltar de uma nave para outra.
Para sobreviver no vácuo do espaço, eu senti que ele precisaria de algum tipo de máscara respiratória.
George disse, ‘OK’, sugerindo que adicionasse um capacete samurai, e Vader nasceu. Simples assim” – Ralph McQuarrie
Retorno do Jedi (1983)
“Ralph foi uma pessoa muito especial por muitas mais razões do que seu brilhantismo inegável com o pincél. Além dos filmes, a sua obra foi inspiração de pelo menos duas gerações de jovens artistas.
Todos eles aprenderam através de Ralph que os filmes são projetados. Como eu, eles estavam entusiasmados com seu olho afiado e imaginação criativa, que sempre trouxe conceitos para seu patamar mais ideal.
Sua influência sobre o design será sentida para sempre. Não há dúvida de que daqui a séculos naves espaciais surpreendentes irão voar, as cidades do futuro irão surgir e alguém, em algum lugar irá dizer ‘Isso parece com algo que Ralph McQuarrie pintou.’ ” – George Lucas
A designer israelense Naomi Kizhner criou uma coleção de jóias dignas de filmes de terror ou seria de ficção? A estudante desenvolveu peças que devem ser inseridas nas veias. Sim nas veias. Uma vez feito isso, as jóias transformam a energia dos movimentos involuntários humanos em eletricidade.
As peças de ouro fazem parte de uma coleção chamada “Viciados em Energia”, e em suas extremidades elas possuem uma espécie de agulhas de seringas que são introduzidas nas veias de quem as usa. A corrente sanguínea faz com que a roda de outro dentro da joia gire, o que cria energia cinética capaz de acender um LED e em breve será capaz até de carregar celulares.
O trabalho foi desenvolvido para o projeto de graduação de Naomi na faculdade Hadassah em Jerusalém. Ela disse que na verdade busca explicações para uma sociedade baseada na riqueza biológica, e também como o corpo humano pode se tornar um recurso de energia natural.
“Na nossa vida moderna energia é tudo”, ela disse. “Esta é a força que movimenta a economia global, muitas vezes ignorando as consequências.”, completa ela.
“Eu queria explorar a teoria pós-humanista que vê o corpo humano como um recurso”, acrescentou ela. – “Isso me levou a imaginar como seria o mundo uma vez que tenha experimentado um declínio acentuado em recursos energéticos e como vamos alimentar nossa dependência energética.”
“Existem muitos projetos de recursos de energias renováveis, mas o corpo humano é um recurso natural de energia que está constantemente sendo renovado, enquanto tivermos vida.”
3 peças fazem parte da coleção. A ponte sanguínea, que é inserida nas veias do antebraço e faz o fluxo sanguíneo gerar energia.
O pisca-pisca, que é inserido no nariz, capta energia gerada quando piscamos. Toda vez que piscamos o fluxo sanguíneo aumenta em volta dos olhos e a joia coleta essa energia.
E por fim, o condutor E-pulse que é usado nas costas, coletando energia dos nervos da medula espinhal.
Embora provavelmente as pessoas não irão usar essas joias num futuro próximo, Naomi acredita que tecnologicamente não estamos muito longe de tornarmos essas ideias realidades. Sua intenção é provocar um debate.
“Seremos capazes de sacrificar nossos corpos para produzir mais energia? Eu espero que o projeto faça as pessoas pensarem sobre a possibilidade deste ser o futuro e faça-os pensar se esse é mesmo o futuro que eles querem, ou se podemos fazer alguma coisa diferente hoje para evita-lo”, ela disse.
Sempre me atraíram e me inspiraram as artes levemente bizarras do artista conceitual americano Andrew Mar. Em seu site Andrew fala sobre ele dizendo apenas “Eu como e desenho em São Francisco”.