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Mitos da energia limpa e renovável e como funciona um motor movido a água?

Um tema que tem sido recorrente aqui no blog, desde que foi feita uma postagem sobre o assunto, é a do carro que é movido a água. Alguns casos foram citados, como o do capixaba que promete um carro doméstico movido a água doce e um carro esportivo europeu, movido a água salgada. O assunto tem dado muito pano pra manga, então vamos esclarecer algumas coisas.

O Urucum Digital tem recebido e-mails de pessoas zangadas, dizendo que isso é uma farsa e outras que pensam que a invenção do carro movido a água é de autoria do nosso querido blog. O caso é que o conceito e a ideia do motor que funciona a base de água já é antigo, apresenta alguns problemas que não o tornam viável, mas ele existe. Logo, não é uma farsa, pelo menos não a menos que alguém proclame a ideia de sua autoria.

Algumas pessoas tem dito coisas do tipo “logo vão dar um sumiço em quem inventa essas coisas” ou ainda “o governo vai dar um jeito de parar esse projeto logo, logo”. Bom, eu não duvido que as grandes empresas de combustível “abafem” concorrências, mas é um pouco ingênuo acreditar que todo mundo que inventa algo revolucionário será morto por alguém poderoso.

É impossível impedir que invenções como essas surjam. Essas ideias são geradas o tempo todo e com a internet elas se propagam cada vez mais. E ainda, temos toda uma nova geração de jovens inteligentes, conectados e que se importam com o mundo em que eles vivem, totalmente diferente das gerações anteriores.

Pensar que orgãos governamentais, federais ou municipais são contra ideias de energia limpa é um pensamento antiquado. Um exemplo disso é a Administração Federal de Rodovias dos EUA que está ajudando a financiar um projeto de geração de energia por placas solares, intaladas nos asfaltos.

Ok, mas e o motor? Tem como fazer ele funcionar de verdade com água? Tem sim, existem problemas práticos (que deixo para os engenheiros de plantão explicarem nos comentários) e burocráticos que por enquanto atrapalham o motor movido a água se tornar realidade, mas é perfeitamente possível. E você pode aprender a fazer um através da própria internet, como em vídeos como esse a baixo, que foi enviado por um leitor do blog que nem quis se identificar, tamanho o tabu e medo que essas coisas tem gerado.

http://www.youtube.com/watch?v=cbP5YcsAAyE

Então, acha que consegue fazer um também? Filme e mande pra gente, vamos adorar ver.

urucumdigital@gmail.com

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Celular ‘anti-smartphone’ tem bateria que dura 20 dias

Enquanto as marcas convencionais de smartphones se esforçam para criar modelos cada vez maiores e mais conectados, uma iniciativa surgiu com uma abordagem completamente oposta. Dois designers lançaram um projeto no Kickstarter, buscando arrecadar US$ 200 mil para lançar um celular extremamente simples, capaz apenas de fazer e receber ligações telefônicas.

http://www.youtube.com/watch?v=IN4oEb4MG2g

O Light Phone é um dispositivo minimalista, sem uma tela grande ou teclado alfanumérico. Com o tamanho aproximado de um cartão de crédito, esse aparelho possui uma bateria que dura até 20 dias. Com apenas três botões – o botão de ligar/desligar acima e os botões de volume do lado esquerdo – e três saídas de áudio na parte superior, um microfone na base ao lado da porta micro USB e a entrada do SIM na lateral direita.

O Light Phone já vem com um número próprio pré-carregado, e o usuário precisa utilizar um aplicativo para redirecionar as chamadas do seu smartphone para esse dispositivo. A ideia não é substituir completamente o smartphone, mas sim oferecer uma alternativa mais simples, quando o usuário não desejar interrupções provenientes da internet.

E o melhor de tudo é que o Light Phone terá um preço acessível de apenas US$ 100 quando for lançado no mercado. Dos US$ 200 mil solicitados para tornar esse projeto uma realidade, os desenvolvedores já arrecadaram US$ 110 mil.

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Geração Z mudará o mundo

Acabou o egoísmo, o narcisismo selfie, a obsessão pelo consumo e a passividade que isso acarreta. Há uma geração que quer salvar o mundo, mas ainda não sabe como. Nasceu ou cresceu em plena recessão, em um mundo fustigado pelo terrorismo, índices de desemprego galopantes e uma sensação apocalíptica provocada pelas mudanças climáticas. São mais realistas que seus irmãos mais velhos, indicam todas as consultorias de marketing (sempre preocupadas com seus futuros consumidores). Viram como seus antecessores desperdiçavam o tempo acumulando títulos universitários e mestrados para depois serem preteridos em entrevistas de trabalho por causa de sua excessiva qualificação. São a geração Z, o grupo demográfico nascido entre 1994 e 2010, e que representa 25,9% da população mundial. Os especialistas já analisam todos os traços de sua personalidade. Basicamente porque são o mercado que se avizinha.

Deixando de lado os riscos e a evidente frivolidade de atribuir uma letra e um só rosto a um espectro de dois bilhões de pessoas, há alguns elementos que podem ser extraídos das múltiplas pesquisas. Especialmente em contraposição a seus predecessores, os chamados millennials (ou Geração Y), que as marcas ainda vivem obcecadas em decifrar. Fundamentalmente porque são um grupo de 80 milhões de pessoas nos EUA e pouco mais de oito milhões na Espanha, e que em 2025 representará – de acordo com prognóstico da consultoria Deloitte – 75% da força de trabalho do mundo. O potencial produtivo e de consumo dos millennials já é algo tangível (somente nos EUA têm uma capacidade de compra equivalente a 112 bilhões de reais). Para as empresas, no entanto, a aventura com seus irmãos mais novos consiste agora em decodificá-los no laboratório.

A teoria do consumo diz que o segmento populacional dos 18 aos 24 anos é o mais influente. As gerações anteriores e as posteriores sempre querem se parecer com ele. É a referência estética. E os Z – assim chamados por virem depois das gerações X e Y – começam a posicionar-se no topo dessa pirâmide de influência, e em cinco anos a terão dominado. Segundo a câmara de comércio dos EUA, sua influência no consumo de suas famílias no país alcança atualmente o equivalente a 1,8 trilhão de reais.

São 25% da população e somente 10% confia em seu Governo

Essa geração já não se conforma em ser sujeito passivo de marcas e publicações, deseja produzir seus conteúdos. E consegue através do YouTube, onde as novas celebridades surgidas nessa mídia já são mais populares do que as da indústria do entretenimento tradicional (63% contra 37%, segundo o Cassandra Report, um dos relatórios mais utilizados pelas grandes empresas para sondar os gostos da juventude). Ou por meio de aplicativos como o Vine (para vídeos em loop) e plataformas online como o Playbuzz, a guinada do popular site de histórias virais Buzzfeed, onde agora os conteúdos são postados pelos usuários, que já somam 80 milhões por mês, segundo o Google Analytics.

As primeiras marcas, a princípio desnorteadas, já detectam a tendência, e algumas empresas – como a Starbucks (com a colaboração de receitas personalizadas) ou a Nike (que permite aos clientes desenharem os tênis) – estão lançando campanhas em que o consumidor é parte do processo de construção do produto. Já não se trata somente de personalizar, mas de participar da criação. Essa é a estratégia que as empresas deverão seguir para estabelecer empatia com seus novos clientes, segundo avalia a influente pensadora e economista inglesa Noreena Hertz, que acaba de publicar um estudo com 2.000 jovens ingleses e norte-americanos dessa faixa de idade. Ela os chama de geração K, uma referência a Katniss Everdeen, heroína de Jogos Vorazes que se rebela contra o poder em uma paisagem de distopia pós-democrática, embora admita que se trata do mesmo segmento populacional.

“Estão muito moldados pela tecnologia, mas muito mais pela recessão e as políticas de austeridade. Um total de 77% está preocupado em não se endividar. É uma geração altruísta, nada egoísta. Vai se mostrar forte e politicamente sensibilizada por questões como a desigualdade economia e social. E 95% pensam que se deve ajudar a quem precisa, mas estão muito desiludidos com a política tradicional.”

De fato, segundo sua pesquisa, somente um de cada 10 confia em seu Governo.

“Os tempos estão mudando”, cantava Bob Dylan. Muitos agora talvez não conheçam o senhor que compôs essa letra nem se interessem tanto pela música e seus constantes festivais como veículo social ou como referência estética. O interesse pelas drogas e sua relação com o ócio se reduzirá também, de acordo com todos os indicadores. Na Espanha, se encontra em bases mínimas desde 2005, segundo a última pesquisa do Plano Nacional Sobre Drogas.

O tempo livre está cada vez mais direcionado para as vocações profissionais (blogs, desenho de moda, fotografia…) e as comunidades se formam em torno disso. A escritora Luna Miguel destaca esse modo de trabalhar em rede, apesar de alertar para o fato de ser cedo para analisar uma geração que ainda compartilha muitos códigos com a anterior. “São figuras importantes, mas ajudam os demais e criam comunidade. A solidariedade será um valor importante. Não querem mais ser o artista jovem e incomum. Até os ‘nativos da Internet’ soam como algo velho, é uma questão quase genética. Um exemplo seria Tavi Gevinson, que desde os 13 anos tem um dos blogs mais importantes do mundo”, afirma, referindo-se à multifacetada e influente blogueira e editora norte-americana, nascida em 1996, um dos ícones da geração Z.

A tendência também se estende à educação e aos novos canais de acesso. Para Anne Boysen, consultora em estratégia e especialista em questões geracionais da empresa After the Millennials, grande parte da aprendizagem se dá fora da sala de aula.

“Essa geração usa o YouTube de forma periódica para sua lição de casa, o que indica que quer um maior grau de personalização na educação. Se não gostam do enfoque de seu professor, ou não o entendem, buscarão alguém online que o explique melhor”, afirma.

Em sintonia com os tempos de mudança, a consciência social e as atividades de voluntariado ganham espaço. Segundo a última pesquisa da Millennial Branding (com jovens dos EUA), 76% gostariam de participar de algum tipo de ONG, e também 76% estão preocupados com questões climáticas.

“Exigem a igualdade entre pessoas de raça e sexo diferentes. Querem mudar o mundo apoiando suas comunidades locais”, argumenta Dan Schawbel, fundador doWorkplaceTrends.com e autor do best-seller Me 2.0: Build a Powerful Brand To Achieve Career Success (Eu 2.0: Construa uma Poderosa Marca para Alcançar o Sucesso na Carreira, em tradução livre).

A empatia com os partidos tradicionais se esvai. Na Espanha o CIS revelava em janeiro como o PP passou de ter 30,2% de apoio dos jovens para uma estimativa de 4,3% nas eleições gerais.

Anne Boysen: “Essa geração será mais cautelosa e realista, e também mais cética em relação às grandes empresas”

O espírito crítico renasce. O mal-estar cresce e é substituído por abordagens práticas e concretas. Somente 6% têm medo do futuro, segundo o último Cassandra Report. Mas aumenta a desconfiança em relação às grandes corporações. Dois terços dos jovens que aparecem na maioria das pesquisas querem fundar sua empresa. Para Anne Boysen, essa geração será mais cautelosa e realista, e também mais cética em relação às grandes empresas.

“Isso tem a ver com o fato de ter crescido em um ambiente de pós-recessão. Buscarão trabalhos que façam sentido e que os ajudem a mudar o mundo”, afirma.

Na sensação de degradação do mundo a privacidade emerge como uma das preocupações decorrentes dos excessos do Big Data e de pais obcecados em gravar e fotografar os filhos e postar as imagens nas redes sociais. Um dos aplicativos preferidos nesse segmento da população é o Snapchat, mediante o qual se pode mandar fotos e vídeos programados para se destruírem após segundos. Em tempos de WikiLeaks e da espionagem maciça da NSA, os novos heróis já não são as estrelas da música, mas personagens como Edward Snowden ou emergentes símbolos da justiça e da transparência. O mundo, tal qual deixaram seus antecessores, não lhes parece um lugar habitável.

Via El País

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Jogo usa realidade aumentada para colocar monstros na sua casa

Você provavelmente nunca verá fantasmas na sua casa. Mas e se você pudesse vê-los pela lente da câmera do seu celular? Essa ideia potencialmente assustadora é tema de um novo game para smartphones que está em fase de financiamento coletivo pelo Indiegogo.

O game, chamado Night Terrors, faz um mapeamento da sua casa e usa realidade aumentada para colocar fantasmas na sua residência. Ou seja: enquanto você empunha seu smartphone, os fantasmas virtuais se misturam as cenas reais capturadas pela câmera. Imagine apontar o aparelho para o lado da cama e ver um demônio sorrindo malignamente?

Mais do que simplesmente colocar fantasmas virtuais, o aplicativo quer reconhecer objetos da sua casa como quadros que estão pendurados em sua parede. Assim, quando você olhar para eles pela câmera, eles poderão estar em outro lugar, ou até ter caído.

Segundo os criadores, o jogo tem dois objetivos: salvar a garota e sobreviver. O desafio é descobrir como fazer as duas coisas. “Dica: não envolve ficar sentado no sofá”, afirmam os desenvolvedores.

Como ele está em fase de financiamento, você ainda não pode adquiri-lo. Se quiser, você pode apoiar o projeto neste link e receber uma cópia quando o game estiver pronto por US$ 5. Os desenvolvedores querem US$ 70 mil para bancar o projeto, e até o momento já levantaram US$ 7,6 mil.

O plano é lançar o jogo assim que estiver pronto primeiro no iOS. Em seguida começará o desenvolvimento para o Android e depois para o Windows Phone.

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A Arte Conceitual Original de Star Wars

Ralph McQuarrie (1929-2012) foi um designer conceitual americano e ilustrador.

Em 1975, George Lucas comissionou McQuarrie para illustrar cenas do roteiro de Star Wars.

McQuarrie projetou muitos dos personagens do filme, inclusive Darth Vader, Chewbacca, R2-D2 e C-3PO. Ele também desenhou muitos conceitos para vários dos cenários do filme.

“Eu apenas fiz o meu melhor para descrever como imaginei que o filme devesse se parecer, eu realmente gostei da ideia.

Eu não achei que o filme iria ser feito. Minha impressão foi que era muito caro. Achei que era demais para o público. Era muito complicado. Mas George sabia muitas coisas que eu não sabia.” – Ralph McQuarrie

Alguns dos conceitos de McQuarrie são bem diferentes dos usados no filme.

Em suas representações, sabres de luz eram de uma única cor, e eram carregados por Storm Troopers e outros não-Jedi / personagens Sith, antes de Lucas desenvolver plenamente a mitologia e torná-los uma arma Jedi.

Outras ilustrações são muito próximas das cenas que terminaram no filme final.

“Ralph foi a primeira pessoa que eu contratei para me ajudar a vislumbrar Star Wars. Sua contribuição genial, na forma de produção de pinturas inigualáveis.

Impulsionando e inspirando todo o elenco e equipe da trilogia original de Star Wars.” – George Lucas

O Império Contra-Ataca (1980)

“É realmente uma prova de como ele era importante … Que há uma ligação entre muitas dessas imagens icônicas e as cenas do filme.

A maneira que ele ilustrou eles foi uma influência sobre esses personagens, como eles agiam.” – George Lucas

“Quando as palavras não poderia transmitir minhas idéias, eu sempre podia apontar para uma das ilustrações de Ralph e dizer … Faça desse jeito.”- George Lucas

“Foi uma oportunidade especial para começar a partir do zero. Sendo capaz de criar novos personagens, veículos e mundos… e desde quando eu comecei não era muito claro se o filme seria feito. Eu não tinha que me limitar.” – Raplh McQuarrie

Foi McQuarrie quem sugeriu que Vader usasse aparatos respiratórios.

“George descreveu Darth Vader como tendo túnicas negras. No roteiro, Vader tinha que saltar de uma nave para outra.

Para sobreviver no vácuo do espaço, eu senti que ele precisaria de algum tipo de máscara respiratória.

George disse, ‘OK’, sugerindo que adicionasse um capacete samurai, e Vader nasceu. Simples assim” – Ralph McQuarrie

Retorno do Jedi (1983)

“Ralph foi uma pessoa muito especial por muitas mais razões do que seu brilhantismo inegável com o pincél. Além dos filmes, a sua obra foi inspiração de pelo menos duas gerações de jovens artistas.

Todos eles aprenderam através de Ralph que os filmes são projetados. Como eu, eles estavam entusiasmados com seu olho afiado e imaginação criativa, que sempre trouxe conceitos para seu patamar mais ideal.

Sua influência sobre o design será sentida para sempre. Não há dúvida de que daqui a séculos naves espaciais surpreendentes irão voar, as cidades do futuro irão surgir e alguém, em algum lugar irá dizer ‘Isso parece com algo que Ralph McQuarrie pintou.’ “

– George Lucas

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Como a impressão 3D pode bagunçar o mercado

A popularização da impressão 3D está cada vez mais se tornando acessível para pessoas comuns a baixo custo e isso muda o mercado.

A impressão de produtos em vez do envio tradicional pelo correio, a pirataria de modelos 3D, as lojas online que vendem modelos 3D e permitem que as pessoas os imprimam em casa, as questões relacionadas aos direitos autorais de modelos e objetos impressos, o fim da escassez de certos produtos – tudo isso e muito mais está prometendo transformar a maneira como concebemos os modelos de negócios.

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Gloria Alvarez sobre Populismo

Não falo sobre política no blog, pois não se trata do tema central tratado aqui no Urucum Digital, que é a arte e a tecnologia. No entanto, esse vídeo mostra algo que eu sustento muito aqui no blog, que é o poder que a arte e a tecnologia tem de melhorar não só a vida de cada indivíduo, estimulando a criatividade, o raciocínio e capacidade de sonhar, mas de melhorar o mundo.

Gloria Alvarez, a jovem da Guatemala que critica o populismo e a demagogia, mostrou que uma forma de mudar o sistema político é através da tecnologia e o acesso a informação que ela permite.

A base de todas as melhorias, em minha opinião, para a vida em sociedade é a educação, todo o resto vem através dela e Gloria mostra uma forma simples e eficiente de como melhorar o quadro político estimulando as pessoas a pensarem por sí mesmas, usando da tecnologia.

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As jóias bizarras de Naomi Kizhner que transformam fluxo sanguíneo em eletricidade

A designer israelense Naomi Kizhner criou uma coleção de jóias dignas de filmes de terror ou seria de ficção? A estudante desenvolveu peças que devem ser inseridas nas veias. Sim nas veias. Uma vez feito isso, as jóias transformam a energia dos movimentos involuntários humanos em eletricidade.

As peças de ouro fazem parte de uma coleção chamada “Viciados em Energia”, e em suas extremidades elas possuem uma espécie de agulhas de seringas que são introduzidas nas veias de quem as usa. A corrente sanguínea faz com que a roda de outro dentro da joia gire, o que cria energia cinética capaz de acender um LED e em breve será capaz até de carregar celulares.

O trabalho foi desenvolvido para o projeto de graduação de Naomi na faculdade Hadassah em Jerusalém. Ela disse que na verdade busca explicações para uma sociedade baseada na riqueza biológica, e também como o corpo humano pode se tornar um recurso de energia natural.

“Na nossa vida moderna energia é tudo”, ela disse. “Esta é a força que movimenta a economia global, muitas vezes ignorando as consequências.”, completa ela.

“Eu queria explorar a teoria pós-humanista que vê o corpo humano como um recurso”, acrescentou ela. – “Isso me levou a imaginar como seria o mundo uma vez que tenha experimentado um declínio acentuado em recursos energéticos e como vamos alimentar nossa dependência energética.”

“Existem muitos projetos de recursos de energias renováveis, mas o corpo humano é um recurso natural de energia que está constantemente sendo renovado, enquanto tivermos vida.”

3 peças fazem parte da coleção. A ponte sanguínea, que é inserida nas veias do antebraço e faz o fluxo sanguíneo gerar energia.

O pisca-pisca, que é inserido no nariz, capta energia gerada quando piscamos. Toda vez que piscamos o fluxo sanguíneo aumenta em volta dos olhos e a joia coleta essa energia.

E por fim, o condutor E-pulse que é usado nas costas, coletando energia dos nervos da medula espinhal.

Embora provavelmente as pessoas não irão usar essas joias num futuro próximo, Naomi acredita que tecnologicamente não estamos muito longe de tornarmos essas ideias realidades. Sua intenção é provocar um debate.

“Seremos capazes de sacrificar nossos corpos para produzir mais energia? Eu espero que o projeto faça as pessoas pensarem sobre a possibilidade deste ser o futuro e faça-os pensar se esse é mesmo o futuro que eles querem, ou se podemos fazer alguma coisa diferente hoje para evita-lo”, ela disse.

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O óculos que faz daltônicos enxergarem cores

Ver é algo tão natural para a maioria das pessoas que nem nos damos conta das diferenças que existem entre a visão de uma pessoa para outra.

As cores do arco-íris, dos lápis-de-cor, do céu durante o por do sol, as flores, a pele… cada pessoa vê o mundo de uma forma. Mas talvez algumas têm mais dificuldades. os daltônicos, por exemplo, tem problemas para diferenciar cores.

Para dar uma mãozinha a esse público em específico, uma empresa americana de tintas, a Valspar, que é bastante conhecida por lá, criou em parceria com a EnChroma, um óculos capaz de fazer os daltônicos enxergarem as cores que não são capazes naturalmente.

Os óculos separam as cores e derivações do vermelho e do verde, que normalmente os portadores de daltonismo não percebem, corrigindo o problema de visão.

As pessoas que testaram os óculos tem reações emocionantes. Confira e lembre-se de ativar as legendas do vídeo.

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O menino que pode salvar o oceano

Eu vivo catando lixo na praia e jogando na lixeira, o que de nada adianta, pois na minha cidade não existe coleta seletiva, logo não há reciclagem. As vezes me pergunto a importância de eu me preocupar em limpar aquele pedacinho de praia, sendo que o lixo vai sujar em outro lugar. Sempre penso “eu faço minha parte, mas é tão ínfimo, do que adianta?”. Pois então, adianta e um jovem holandês vem mostrando isso. Mostrando que dar o exemplo, faz a diferença.

Boyan Slat, um holandês de 16 anos na época, foi passar suas férias na Grécia e curtir suas belas praias, mas se espantou com a quantidade de plásticos e lixo na água e na praia, eram tantos que ele achou que fossem águas-vivas.

Qualquer pessoa de bom senso se revoltaria com essa situação, mas poucas fariam alguma coisa a respeito. Mas o que fazer com tanto lixo? A cada ano, a humanidade joga 6,4 milhões de toneladas de lixo no mar – e 80% disso é plástico. Estima-se que haja 18 mil pedaços de plástico para cada quilômetro quadrado de oceano, mas mesmo assim, com dados tão desanimadores Boyan achou que podia dar um jeito.

Ele apresentou uma ideia para limpar o mar na feira de ciências em sua escola. Boyan começou a estudar os chamados giros oceânicos. Há cinco giros principais. Eles são grandes correntes marítimas que puxam o lixo do resto do oceano, e funcionam como enormes redemoinhos de sujeira. Chegam a ter seis vezes mais plástico do que zooplâncton (criaturas microscópicas que são a comida dos animais maiores). Por que não atacar o problema justo ali? Ao invés de ir atrás do lixo, por que não deixar ele vir até você – e aí capturá-lo com uma armadilha? Foi isso o que Boyan pensou.

O projeto acabou ganhando um prêmio da Universidade de Delft, uma das mais importantes da Holanda, e fez o garoto ser convidado para uma apresentação no evento TED – que foi vista 1,7 milhão de vezes pela internet.

A ideia chegou às Nações Unidas, que em novembro de 2014 deram a Boyan o Champion of the Earth, seu maior prêmio ambiental. O menino criou um site para levantar doações. Conseguiu, contratou cientistas e engenheiros, e começou a tocar o projeto.

Basicamente o projeto se trata de um grande cordão com 100km de boias, colocadas em formato de “U” que embarreram o lixo, que será recolhido depois por um navio lixeiro a cada 45 dias. Em teoria, peixes e outros animais não seriam afetados, pois conseguiriam passar por baixo das barreiras.

O projeto recebeu muitas críticas de especialistas. Alguns disseram que as armadilhas não vão funcionar, pois os giros oceânicos são grandes demais. Outros acham que as boias podem arrebentar ou se deformar. Ou que o problema está na fixação (pois cada barreira precisa ser amarrada, com um cabo de 4 km, ao fundo do mar, o que é tecnicamente difícil). Também houve quem questionasse o que seria feito com o plástico recolhido, pois a água salgada e o sol alteram suas propriedades, dificultando a reciclagem. A saraivada de críticas mexeu com Boyan. “Aquilo me afetou bastante”, admite.

Usando parte do dinheiro que havia arrecadado, ele contratou uma equipe de engenheiros e biólogos, que refinaram o sistema e elaboraram estudo de 530 páginas que explica como ele pode funcionar. Uma das soluções veio do Brasil. Uma experiência da Universidade de Caxias do Sul mostrou que é possível reciclar plástico coletado no mar. “As pessoas pensam que é só pegar o material, colocar numa máquina e reci-clar. Mas ele vem fragmentado e cheio de colônias (animais) na superfície”, diz o estudante de engenharia ambiental Kauê Pelegrini, responsável pelo projeto. Ele e seus professores criaram um processo que limpa, separa e condiciona plástico – que foi transformado em saboneteiras.

O estudo de Boyan também mostrou que é possível transformar o plástico em óleo – que poderia ser revendido, gerando recursos para a manutenção das boias. Até agora, Boyan levantou pouco mais de US$ 2 milhões em doações. Esse dinheiro é suficiente para produzir algumas barreiras e testá-las na primeira etapa do projeto, que deverá durar quatro anos. Ele calcula que, se o sistema fosse implantado em larga escala, seria possível retirar 16% de todo o plástico dos oceanos a cada dez anos. Isso significa que, teoricamente, o problema do lixo marinho poderia ser resolvido em algumas décadas. O custo seria de US$ 30 milhões anuais, um valor modesto (a cidade de São Paulo gasta 20 vezes isso com a coleta de lixo). “Acho que a tecnologia é o melhor meio para qualquer mudança. Eu poderia dedicar minha vida a isso”, sonha o garoto.

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