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A arte cyberpunk sombria e encantadora de Josan Gonzalez

Josan Gonzalez é um renomado artista cujo trabalho é uma expressão cativante da estética cyberpunk sombria. Com uma habilidade excepcional, ele combina elementos futuristas, distopia urbana e uma dose de melancolia para criar obras de arte verdadeiramente encantadoras e intrigantes.

A arte de Gonzalez mergulha os espectadores em um mundo caótico e sombrio, onde a tecnologia e a humanidade colidem de maneira inquietante. Suas pinturas apresentam uma mistura única de elementos robóticos, implantes cibernéticos e ambientes urbanos decadentes. Cada detalhe minuciosamente elaborado retrata uma narrativa rica e complexa, convidando o observador a explorar as profundezas da imaginação de Gonzalez.

A paleta de cores escolhida por Gonzalez é um elemento distintivo de sua arte. A habilidade de mesclar tons intensos de néon e sombras profundas cria uma atmosfera de mistério e desolação. As luzes brilhantes iluminam figuras solitárias, enquanto as sombras envolvem a paisagem urbana, evocando uma sensação de isolamento e solidão. Essa dicotomia entre o brilho e a escuridão é uma marca registrada do estilo de Gonzalez, e é o que confere à sua arte uma beleza intrigante e hipnótica.

Gonzalez retrata frequentemente os personagens em suas pinturas em situações desafiadoras e opressivas. Eles personificam a luta da humanidade contra uma realidade distópica, onde a tecnologia invasiva e a corrupção desenfreada têm um papel central. No entanto, as expressões e poses que ele cria para os personagens também revelam um senso de esperança, uma chama de resistência que se recusa a ser apagada. Essa dualidade entre desespero e determinação adiciona uma camada adicional de profundidade emocional às obras de Gonzalez.

A atenção aos detalhes é outro aspecto impressionante do trabalho de Gonzalez. Cada engrenagem, cada fio e cada textura são cuidadosamente trabalhados para criar um senso de realismo e imersão. Os ambientes urbanos em ruínas são repletos de elementos visuais fascinantes, como placas de neon brilhantes, grafites caóticos e anúncios holográficos piscantes. Esses detalhes minuciosos convidam os espectadores a explorar cada canto da cena e a descobrir novas histórias escondidas entre as sombras.

A arte cyberpunk de Josan Gonzalez cativa e desafia, levando-nos a refletir sobre a interação complexa entre a humanidade e a tecnologia em um futuro incerto. Sua habilidade em criar um equilíbrio entre a beleza e a melancolia, a esperança e a desolação, é verdadeiramente notável. Suas obras nos transportam para um mundo fascinante, convidando-nos a contemplar os desafios e as possibilidades do amanhã.

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Sobre os Privilégio E Um Quadrinho Para Entendê-los

Eu acho esse tema bem complicado, ele não é preto ou branco como dizem, tem muito “cinza” no meio. Eu mesmo transitei entre aspectos dos dois lados, as vezes os dois ao mesmo tempo! Nunca fui de família rica, faltou muita coisa em casa e tive e tenho muitas dificuldades, mas meu esforço e ajuda da família e amigos me permitiram viver um pouco dos dois mundos. Então me sinto no direito de falar a respeito do assunto.

Um amigo uma vez, enquanto eu fazia meu discurso sonhador de que tudo é possível, baseado no nada, pois sou tão sem privilégios quanto ele, me disse: “vamos atirar naquele poste ali”, apontando para um poste bem longe. “Eu com uma arma de longo alcance e você com um estilingue. Quem vai acertar?”. Ele tem a razão dele de pensar assim, eu mesmo acredito nisso. Que os privilégios fazem diferença e é sobre isso que fala o quadrinho do ilustrador australiano Toby Morris: uma reflexão sobre as sutis diferenças oferecidas para algumas pessoas e como a base familiar e o dinheiro podem fazer grandes diferenças nas oportunidades ao longo do tempo.

Enquanto uns acreditam que privilégio é tudo, existem pessoas como meu tio. Que acredita que se você se articular, conhecer pessoas, fazer contatos, amigos, participar da comunidade e de projetos sociais, sem visar resultados, você consegue todas as chances e possibilidades de fazer o que quer. Até certo ponto isso é verdade, não devemos nos limitar, mas correr atrás. O problema disso é que a vida não para pra esperar e nem todo mundo tem um perfil de socializar com tantas pessoas assim. Até quando vamos correr atrás de possibilidades, sem retorno? Até quando precisamos esperar dar certo nossas investidas?

O Brasil, em minha opinião, é um país que não é estruturado para formar empresários, intelectuais ou  pesquisadores/inventores, mas um país que incentiva educação que forme um trabalhador, um técnico ou um funcionário público. Os próprios projetos sociais, que servem para “mudar a vida” das pessoas sem grandes possibilidades, funcionam de maneira errada na minha opinião. São escolas de circo, artes primárias como pintura e colagens, esporte e dança. Eu amo arte, vivo dela, mas porque o pobre precisa ser jogador de futebol ou fazer rap? Porque não existem projetos sociais onde professores ensinem biologia, matemática, a criar projetos ou estimular a criatividade? Onde estão os projetos sociais que ensinam dicas de economia para famílias pobres aprenderem a administrarem e investir o seu pouco dinheiro? Onde estão as aulas que formem pequenos grandes empresários?

Tudo é estruturado para o pobre continuar pobre e o rico cada vez mais rico. Eu não vejo televisão, assisto poucas coisas pela internet. Outro dia liguei a TV aberta e fiquei chocado vendo o jornal de 1900 e alguma coisa repisado. Eram notícias que poderiam ser de hoje. Nada mudou, nada. Os mesmo problemas, políticos diferentes. Ninguém quer o bem comum, apenas uma grande briga de classes por migalhas.

Não há nada de errado em ser garçom, vendedor, agricultor… cada pessoa deve fazer o que a faz feliz. Existem casos de milionários que largaram tudo para virarem agricultores e buscarem felicidade na simplicidade. O problema são as pessoas que sonham com mais, mas não tem oportunidades, pelo contrário, o governo coloca empecilhos para isso.

Tenho minhas opiniões de como melhorar essa situação no Brasil, mas já é outro tipo de papo, que inclusive foge a temática do blog, mas fica aqui a reflexão, para você, ser criativo que quer seguir um caminho diferente do padrão. Esse papo de “ele é pobre porque não se esforçou o suficiente”, não condiz com a realidade.

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Dicas de quem entende para quem trabalha com arte

Ao longo do tempo gente bacana passou aqui no Urucum Digital e deixou suas dicas de como se dar bem em seu ramo de atuação. Foram juntadas todas as dicas neste post, quem sabe não é o empurrãozinho que está faltando para você que está começando ou para quem está precisando daquele incentivo.

A primeira coisa para mim é assumir o erro como parte do processo. Então jogue sua querida borracha fora e pratique o desapego. Depois é desenho, desenho, desenho e mais desenho. Desenhe até a mão cair, depois custure a mão e continue a desenhar. Quando ela cair de novo, repita o processo. E continue eternamente, é o que eu estou tentando fazer.

Gustavo Rodrigues, Ilustrador e Designer.

Meu conselho é: FOTOGRAFE! Comece de algum ponto. Todos os grandes fotógrafos de hoje, começaram de baixo. É necessário coragem, dedicação e capacitação. Se o trabalho for consistente, ele será percebido e valorizado. É o que busco na minha fotografia. Não quero todos os clientes do ES e do mundo pra mim. Quero os que amem a minha fotografia e os que façam questão de tê-la guardadas pra sempre.

Maressa Moura – Fotógrafa

Então, o que eu aconselho em primeiro lugar, é para todos apaixonados por arte, precisa praticar muito para alcançar um manejo especial da técnica.

Em seguida, deve-se levar valores que podem encontrar os sentimentos das pessoas, é por isso que como seres humanos todos nós devemos estar abertos e interligados.

Então como em qualquer negócio, um lado de sua alma de artista tem que considerar a melhor opção para venda. Não hesite em gastar algum tempo com isso também!

Henri Lamy – Pintor

Minha dica principal: Vá em busca de você mesmo. Pode ser que você encontre um mestre, pode ser que não. Pode ser que você tenha uma escola, pode ser que não. Pode ser que um monte de coisas que você acha que vai fazer na sua vida, na realidade nunca aconteçam. Mas nunca desista de você mesmo e do que te faz feliz, por que uma hora você tem que aceitar, o mundo não é um lugar fácil, e você não pode parar de lutar.

Se precisar toma seu tempo e respira, Mas sabendo que vai levantar e vai lutar de novo. No seu coração tem todas as respostas que você precisa. E a sua arte vai ser do tamanho do seu amor.  E só você buscar e seguir você mesmo.

Aprender a fazer sua arte e aprender a fazer dinheiro, são coisas diferentes. Com internet vocês tem tudo que precisam. Existem escolas muito boas online. Tipo CDA e Schoolism e Melies. Se você não tem dinheiro existe de graça também. Se você não tem tempo acorda mais cedo, dorme mais tarde. Evita drogas e exageros. Ou qualquer coisa que te roube de você mesmo.

Algumas pessoas vão falar que estudar o renascimento é o melhor, outras que a Indústria diz o que você faz. Faça os dois. Se ta em dúvida se estuda 3D ou ilustração, faz os dois, no caminho você se encontra.

E o segredo maior, não tem segredo. Existe luta. Eu queria falar que não desista que um dia você alcança, mas pensa bem alcançar o quê? Quando você chegar lá você vai parar? Talvez você já esteja muito mais longe do que imagina.

Reinaldo Rocha – Ilustrador

(…) naquela época eu não estava preocupada em trabalhar e ganhar dinheiro, eu estava preocupada em fazer alguma coisa que eu realmente gostasse. Eu acho que isso é uma coisa que todo estudante deveria ter em primeiro lugar. Você fazer uma coisa que você realmente gosta. Isso, se você conseguir fazer isso, o dinheiro vai ser consequência. Você vai chegar uma hora que você vai fazer o negócio tão bem, que pode até ser uma coisa que tem em qualquer esquina entendeu? Mas você vai se sobressair porque é uma coisa que você gosta e faz com amor entendeu? E as pessoas percebem isso.

Carol Poubel – Designer de Jóias

Dicas.. sim! praticar e continuar praticando sempre. É necessário ter uma linha, um caminho pois sem nosso “norte” seremos apenas mais um em meio a milhares. Acredito que deve-se ter disciplina. Não siga apenas seus artistas favoritos, mas veja quem seus artistas favoritos seguem. É preciso entender a raiz de um traço, estilo e linha de pensamento para assim obter uma identidade segura. Acredite em você mesmo e procure sempre críticas e peça opiniões, pois é preciso saber se sua mensagem tem o efeito que você deseja.

Alexandre Neves – Ilustrador

É bom.. Claro, pelo dinheiro.. Mas principalmente por ser o que eu gosto de fazer.

Cami Almeida – Cake Designer, Designer Gráfica e Designer de Moda

Atenda muito bem seus clientes, seja tipo amigo deles. Dê total atenção à ele, queira sempre surpreende-lo também. Seja sempre honesto e claro a respeito do seu trabalho, Isso acho que é o que faz MUITO a diferença. Tenha amor por aquilo que faz e cuidado também com os detalhes, e quando errar admita. Só isso mesmo =)

Gabriela Queiroz – Artista Toy-Art, Craft e Design

Atualmente algumas “inspirações” chegam a mim via internet. Tem muita gente talentosa fazendo trabalhos incríveis que nunca teria visto se não fosse por isso. Para citar alguns: Sergey Kolesov, Bengal, Claire Wendling e Kim Jung Gi. Mas no momento, inspiração mesmo vem dos meus colegas de estúdio, Fujita e Calil. Nunca produzi e pintei tanto como agora e boa parte disto é culpa deles.

Greg Tocchini – Ilustrador

Não me sinto à vontade pra dar dicas, mas algumas coisas me são importantes. Uma ilustração/quadrinho pode afetar o comportamento alheio, e isso implica responsabilidade. A leitura e a reflexão são fundamentais, e se refletem no nosso trabalho.

Quem busca originalidade talvez deva parar de tentar agradar os outros ou seguir caminhos já percorridos. Todos somos únicos, originais. Talvez a resposta esteja dentro de nós mesmos.

Alexandre Beck – Ilustrador, Agrônomo e Comunicador Social

Você tem que se perder em seu trabalho, criar para si mesmo, torná-lo bonito e aproveitar o poder que sua mídia tem.

Bill Watterson – Cartunista

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Armandinho, Alexandre Beck e o compromisso com o mundo

Um dia um amigo me disse: “Cara tem um menino no Facebook, uns quadrinhos. Nossa, é você!”, eu fiquei tentando entender o porque do sorriso, achando que ele estava tirando uma com minha cara, daí ele me explicou que se tratava de um personagem de tirinhas que estava aparecendo no Facebook vira e mexe. Não dei muita bola no começo, até que o fato se repetiu com uma amiga, daí fui procurar saber quem era o tal “menino que se parecia comigo”.

O menino dos quadrinhos era o Armandinho e de fato não posso negar que temos muito em comum. Ele chegou de mansinho no Facebook e logo de cara agradou a muita gente. É um menino de uma inocência meio destrambelhada, que gosta muito de animais e nos faz rir muito com suas “tiradas”.

Armandinho foi criado em 2009 pelo ilustrador, agrônomo e comunicador social,  Alexandre Beck, só se tornando a tirinha que conhecemos em 2010. Ele não foi planejado e na verdade foi criado em poucas horas para ilustrar um trabalho urgente. Uma matéria de economia sobre pais e filhos (Olha aí você que vive reclamando de prazos curtos).

Dinho, como é conhecido carinhosamente, representa muitos de nós na infância. Uma criança atentada, mas muito amável, o que torna fácil se identificar com ele.

A tirinha tem um compromisso social grande, tratando de temas como preservação do meio ambiente, igualdade social e cresceu muito nos últimos tempos.

O trabalho de Alexandre é bem legal e está sendo reconhecido por muitos. Um fato curioso desse reconhecimento foi a participação do Armandinho na CowParade catarinense. Uma exposição de arte pública que já percorreu diversas cidades de todo o mundo. Se tratam de esculturas de fibra de vidro em forma de vaca e que são decoradas por artistas locais.

É impossível não notar no Armandinho as influências de personagens como o Calvin, a Mafalda e o Menino Maluquinho, tudo isso somado a sensibilidade única do Alexandre Beck torna a tirinha sensacional.

O Urucum Digital recebeu um presentão, uma entrevista com criador do Armandinho e com o próprio Armandinho! Beck foi muito legal e contou coisas interessantes.

As pessoas sabem muito sobre o Armandinho, mas pouco sobre você. Como é o Alexandre Beck? Como é o seu trabalho hoje em dia?

Trabalho quase exclusivamente com textos/desenhos/quadrinhos há 15 anos. De 2000 a 2005 trabalhei em redação de jornal e depois comecei a produzir de casa. É algo que demanda esforço, mas que pra mim compensa.

Como você acabou virando ilustrador?

Já havia feito agronomia e terminava comunicação social quando surgiu uma vaga de ilustrador no Diário Catarinense. Levei meus desenhos e fui selecionado.

Você ganhou um prêmio ainda jovem na Bienal Internacional de Kanagawa, no Japão. Como foi isso?

Foi uma professora que enviou um desenho meu para o concurso. Eu só soube quando recebi o prêmio, uma grande medalha de prata e um diploma da prefeitura de Kanagawa. Foi algo bacana, mas não imaginava na época que desenhar pudesse se tornar minha atividade.

Você tem uma carreira de muitos trabalhos interessantes, participou do Diário Catarinense, fundou a Artes & Letras Comunicação. Essa trajetória para você foi algo orgânico ou custou dar uma forçadinha no destino? Sabemos que nada vem fácil, mas foi algo que veio naturalmente para você?

As coisas foram acontecendo, passo a passo. Eu tinha vontade de trabalhar com desenhos. Por isso, fui cursar comunicação social em 97, mesmo graduado em agronomia. O curso de comunicação não foi como eu imaginava (ainda bem), mas foi importante na minha formação e visão de mundo. Depois, já ilustrador do Diário, comecei a fazer paralelamente quadrinhos voltados à educação ambiental – uma preocupação minha – utilizando conhecimentos da agronomia. A Arte & Letras veio para formalizar meus trabalhos como jornalista-ilustrador.

O Armandinho surgiu por acaso não é verdade? Inclusive sem nome. Conta pra gente a história.

As primeiras tiras do que veio a se tornar o Armandinho fiz em 2009. Foram feitas às pressas, pra ilustrar uma matéria que seria publicada no dia seguinte no jornal. As tiras que eu fazia na época, com outros personagens, não se encaixavam na matéria – que abordava economia familiar, com pais e filhos. Usei um desenho que tinha pronto, rabisquei pernas para representar os pais e as tiras foram publicadas no dia seguinte.

Maurício de Sousa costuma dizer que é o pai da Mônica, você se considera o “pai” do Armandinho? Como é a sua “relação” com ele?

O Maurício é de fato o pai da Mônica, que trabalha com ele, inclusive. Eu sou pai do Augusto e da Fernanda. Minha relação com o personagem é mais de cumplicidade. Mas muita gente me chama de “pai do Armandinho”, e não tem problema nenhum nisso.

O Armandinho tem muito de você? Sabemos o quanto ele quer um mundo melhor, isso vem da personalidade do Alexandre ou é um compromisso social que você quis que a tirinha assumisse?

É inevitável que tenha. Essa linha trago de outros trabalhos e setores da minha vida, incluindo a época do movimento estudantil, e está presente no Armandinho.

O Armandinho mudou muito a sua vida? O que mudou para você quando ele começou a fazer sucesso? Foi algo inesperado para você?

À medida que o personagem foi precisando, fui direcionando mais de meu tempo a ele. Isso mudou minhas tarefas e permitiu, por exemplo, me dedicar a fazer os livros. Não esperava o reconhecimento do personagem. Nunca foi esse o objetivo, e isso não muda nada minha forma de fazer as tiras.

Você acha que o mercado brasileiro tem carência do tipo de trabalho que você executa hoje com o Armandinho? Temos grandes profissionais de quadrinhos, mas poucos tão populares como ele se tornou.

Não creio que devamos direcionar nossas ações pra atender a um “mercado” ou que “popularidade” deva ser um objetivo a ser alcançado. Há muita gente lutando pelo bem comum, apesar de todas as dificuldades. São voluntários, professores, profissionais da saúde, etc. Isso é importante e merece ser reconhecido e valorizado. Muito mais que cartunistas ou “produtores de mercadoria”, somos seres humanos e cidadãos.

Seu estilo de traço nas tirinhas é bem característico. Ele foi desenvolvido para as tirinhas do Armandinho ou seu estilo sempre seguiu essa linha? Você tem outros trabalhos acontecendo atualmente que gostaria de contar pra gente?

O estilo dos meus quadrinhos educativos vai mais ou menos nessa linha. Mas escrevo, desenho e às vezes pinto coisas diferentes.

Que dicas você poderia dar para os ilustradores e quadrinistas que leem o blog?

Não me sinto à vontade pra dar dicas, mas algumas coisas me são importantes. Uma ilustração/quadrinho pode afetar o comportamento alheio, e isso implica responsabilidade. A leitura e a reflexão são fundamentais, e se refletem no nosso trabalho.

Quem busca originalidade talvez deva parar de tentar agradar os outros ou seguir caminhos já percorridos. Todos somos únicos, originais. Talvez a resposta esteja dentro de nós mesmos.

O papo com o Alexandre estava muito legal, até que alguém entrou na conversa. Já que ele estava por lá, resolvi fazer umas perguntas para ele também.

Armandinho, você tem noção do sucesso que está fazendo na internet? Tem gente querendo até suas camisas. O que acha disso?

Acho ruim. Tenho poucas camisas e gosto muito delas pra dar pra alguém.

Você é tão bagunceiro quanto parece ou é só impressão minha?

É só impressão sua, do meu pai, da minha mãe e dos meus professores.

Você gosta muito de animais né? Tem até um sapo. Porque você gosta tanto deles?

O sapo não é meu. Ele anda comigo porque quer. Por que eu gosto de animais? Por que não gostaria?

Tem gente por aí dizendo que você parece com o Calvin e a Mafalda. Você conhece eles? O que acha disso?

Tenho uma tia que se chama Mafalda. Ela é bem legal, mas acho que não se parece comigo. Ela tem alguns cabelos brancos.

Por que um garotinho como você decidiu que quer mudar o mundo?

Não decidi. Não sei fazer diferente. Eu gosto do mundo, das pessoas e dos bichos. Acho que aqui podia ser um bom lugar pra todos, não só pra alguns. Não acha?

Essa foi uma das matérias que mais gostei de fazer e quero agradecer ao Alexandre e ao Armandinho por falarem comigo. Definitivamente esse Armandinho apronta todas e o Alexandre é um cara legal.

Alexandre Beck: Blog

Livros do Armandinho

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Fran Krause e seus mais profundos medos sombrios

Se você tem os medos mais absurdos que existem, não se preocupe, você não está sozinho nesta lista de neuróticos. Além de mim claro, o artista e animador Fran Krause tem uma mente muito pertubada e resolveu explorar os seus mais profundos e embaraçosos medos criando uma série de tirinhas chamadas Deep Dark Fears. Eu poderia tentar explicar do que se trata, mas acredite, você vai achar melhor descobrir por sí próprio.

Tem um espelho no meu quarto. Eu me preocupo que, enquanto estou dormindo, meu reflexo se sente e fique me assistindo.
Eu me preocupo em cair e morder fora um pedaço da minha língua, daí quando eu ligar para a emergência, eles não consigam me entender.
Às vezes quando eu estou fazendo cocô, eu me preocupo que nesse momento eu esteja tendo um sonho e que na verdade eu esteja fazendo cocô nas calças em algum lugar.
Um dia eu estarei procurando alguém no Facebook, e acidentalmente digitarei o nome da pessoa na caixa de “Status” ao invés da caixa de busca, e ela vai ser marcada automaticamente no post, e eu não vou perceber até que todo mundo já tenha visto.
Quando eu era pequeno eu me preocupava que quando eu acordasse, eu descobriria que minha família estaria tomando café com um clone meu. Nós lutariamos até a morte e então minha família terminaria o café calmamente.
Às vezes eu sinto como se as pessoas estivessem lendo a minha mente, então eu penso em algo engraçado. Porque assim, se eu escutar alguém rindo, eu vou ter certeza.
Quando eu era pequeno, minha mãe me disse que se eu continuasse fazendo xixi na cama, vermes iriam crescer no colchão e eles iam me comer vivo.
Quando eu digo “oi” para as pessoas e elas não me respondem, eu fico preocupado de que eu estou morto e apenas não sei ainda.
Sempre que eu pego o elevador, eu fico preocupado que assim que eu pisar fora dele, o elevador caia e me corte no meio.
Às vezes eu me preocupo que na verdade eu esteja gritando constantemente e as pessoas simplesmente fingem que eu sou normal.
Quando eu limpo meus ouvidos com um cotonete, eu me preocupo que alguém abra a posta do banheiro e enfie o cotonete no meu cérebro. Por isso quando eu limpo meus ouvidos, eu tranco a porta e fico em pé vestido na banheira.
Quando eu acordo, eu abro os olhos bem devagar, porque se alguma coisa estiver no meu quarto, da tempo dela se esconder.
Inverno é uma ótima época para patinar no gelo com alguém que você ama. Se eles caírem, não passe em cima dos dedos deles acidentalmente cortando fora.
Quando eu era criança, um padre me contou sobre Maria, como Deus pensou que ela era perfeita, então ele a fez engravidar. Eu não queria que Deus me engravidasse, então eu tentei não ser o tipo dele.
Eu me preocupo que minha vida seja uma ilusão. Seja tudo um sonho. Eu me preocupo que eu acorde um dia e perceba, que sou um cachorro muito imaginativo.
Tarde da noite, quando eu estou sozinho, eu escuto vozes baixinhas chamando meu nome. Eu me preocupo que minha vida seja um sonho, e na realidade eu estou em coma e as vozes são minha família tentando me acordar.
No ar gelado do inverno, meu fôlego se torna visível. Eu espero que isso não signifique que as pessoas consigam ver meus peidos.

Fran Krause

Website
Deep Dark Fears

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Reinaldo Rocha e A Caverna do Dragão

“Muita coisa na vida agente é por que escolhe ser. Muita coisa agente nasce sendo. E é fácil confundir uma coisa com outra. Eu sei que nasci mineiro e que meu nome é Reinaldo Rocha.”

Assim começa o papo com o artista e professor de ilustração e pintura, Reinaldo Rocha. Ele ficou conhecido por ter ilustrado o quadrinho do final de Caverna do Dragão!

Dungeons & Dragons (Caverna do Dragão, no Brasil) é a lendária série de animação coproduzida pela Marvel ProductionsTSR e Toei Animation, baseada no jogo de RPG homônimo. A série possui 27 episódios divididos em três temporadas, transmitidas originalmente entre os anos de 1983 e 1986 pela rede de televisão estadunidense CBS.

A animação conta a história de 6 jovens que estão presos em um mundo estranho, mágico e cheio de perigos, que tentam voltar para casa, mas nunca conseguem. O desenho se tornou uma lenda por nunca ter um final. Bom em termos, pois o roteiro do final existe e se chama Réquiem (e você pode lê-lo aqui).

Apesar de muito sucesso no Brasil, nos Estados Unidos a série foi cancelada por baixa audiência.

Por que o desenho foi cancelado? Eu era muito jovem para me lembrar, mas eu ouvi que foi por causa de toda a controvérsia religiosa em relação ao jogo.

Não, nenhuma controvérsia afetou o desenho. O cancelamento foi, pura e simplesmente, devido à baixa audiência. Ela estava em declínio ao longo da terceira temporada, e a CBS sentia que eles cairiam ainda mais.

Disse Mark Evanier, que desenvolveu as idéias para o desenho e escreveu o episódio-piloto, A Noite Sem Amanhã, em uma entrevista encontrada no antigo site do escritor e quadrinista Mushi-San. Inclusive, o próprio Mushi-San iniciou um projeto de desenhar o roteiro de Réquiem, porém nunca terminou, deixando a tarefa mais tarde para Reinaldo Rocha.

Veja o trabalho de Mushi-San.

Reinaldo tem um estilo misto, resultado de vários estudos de técnicas diferentes. Como professor ele acha importante conhecer para ensinar, já como artista, sua própria curiosidade sobre técnicas o levaram a esse caminhos.

Ser artista deu muito trabalho, mais sempre foi o que eu sou. Eu sempre desenhei, nunca parei e acho que as pessoas podem ver o quanto eu amo isso e posso levar isso pra elas. O que aconteceu com o Caverna do Dragão que me levou até essa entrevista.

Eu já fiz muita coisa, já trabalhei muito e tem coisa demais pra contar. E falhei tantas vezes que nem sei falar também. Muito sucesso e muito fracasso, sou uma pessoa que não corre da luta.

Confira o papo que o Urucum Digital levou com esse dedicado artista.

Fale um pouquinho da sua trajetória como ilustrador, vem de muito tempo? Você sempre trabalhou com isso?

Sempre desenhei e fazia o que podia pra estudar. Com 13 fiz instituto universal de desenho que minha tia me deu de natal. Eu copiava os desenhos dos quadrinhos que comprava. Era meu jeito de estudar por que não tinha acesso a muita informação. Eu saí da casa dos meus pais com 19 pra estudar em BH, nasci em viçosa, interior de minas. E desde desse dia ate hoje com 29 anos. Nunca parei de trabalhar e de estudar. Já trabalhei pro governo, Casa dos quadrinhos, fazendo animações, brinquedos e produtos pra produção na China, já tive empresa, já trabalhei em empresa de publicidade. Durante muito tempo trabalhar foi minha escola. Por que aprendia com as pessoas de onde trabalhava. Já fui professor, coisa que tenho muita saudade. Trabalhei com jogos, filmes e quadrinhos. Mais sempre fazendo freelances. Até que fiquei 3 anos apenas com freelances. Que é o que faço atualmente, porque gosto muito de viajar e isso me da liberdade. Apesar de estar cansado de freelas e querendo um emprego.

Você é professor de desenho, o que mais gosta de fazer, desenhar ou ensinar? Ou um complementa o outro?

Minha vida toda eu sofri muito por que eu queria muito aprender e ninguém podia me ensinar. Eu morava em uma cidade pequena e meu sonho era ir pra uma cidade grande pra estudar. E na minha época não tinha internet como tem hoje. Quando eu tinha 15 anos na minha casa tinha internet discada. Eu comprava CD na banca pra saber o que tava rolando. Rs

E eu decidi virar professor porque eu quero ajudar pessoas igual a mim que querem aprender, querem perguntar pra alguém e não tem ninguém.

E por falta de material eu li os mesmos livros milhares de vezes, e aprendi as mesmas coisas de jeitos diferentes em diferentes livros porque na procura mesmo sendo a mesma coisa, talvez eu aprendesse alguma coisa nova que fizesse diferença.

E eu aprendi varias métodos de fazer a mesma coisa. E pra fazer melhor eu estudei todas as matérias que envolvem desenho. Por exemplo psicologia, linguagem corporal, fotografia e tudo que eu achasse que podia ajudar.

E acho que isso me transformou em professor por que eu não quero que seja difícil pra outras pessoas como foi pra mim.

Você estuda bastante a respeito de arte, inclusive tem experiência fora do país no assunto. O brasileiro está apto a se desenvolver como artista no exterior ou ainda existem restrições a respeito de arte para quem é daqui?

Eu te juro Vitor o mundo sempre vai estar de braços abertos pra pessoas de talento. O negocio é o dinheiro. Se você quiser estudar em escolas do exterior eles vão te receber muito bem, é só você pagar. Não é tão caro. Eu acho mais barato que estudar aqui. E as escolas de lá são melhores sim.

Mais a respeito de emprego não interessa se você é brasileiro ou qualquer coisa. Interessa se você é cidadão. Em alguns países eles pagam caro pra contratar pessoas de outros países.

Depende do modelo econômico do país. Mais como sempre o negocio é dinheiro. Se você der mais lucro que prejuízo. (Parece Lógico, mais é na verdade uma aposta do seu patrão).

Meu conselho de verdade. A gente vive em mundo globalizado. E você tem internet no seu quarto, acho que tem que parar com essa ideia de vou lá ver o que que rola. Isso é infantil e sonhador.

Você pode trabalhar pra mais de um país pela internet, fazer dinheiro e ir lá passeando.

Seu trabalho e estilo busca um pouco de tudo. Você aparenta ser um cara que gosta de experimentar. Essa é uma característica que sempre foi sua, ou ensinar requer que você conheça e experimente coisas novas sempre?

Eu gosto de experimentar no desenho por que sou assim na vida. Quando era pequeno o primeiro quadrinho que li e pirei foi um Homem-Aranha versus Venom desenhado por Todd McFarlane. Ele falou pra tentar desenhar tudo e não ficar desenhando a mesma coisa. Eu segui o que ele falava por um tempo. Fiz Design Gráfico porque ele fez também. E eu vi um vídeo que fala pra usar filtro solar que falava pra todo dia a gente fazer alguma coisa que assusta a gente. Eu acredito nisso porque acho que a gente tem a capacidade de fazer, mais muitas vezes não faz por medo e por bloqueio. Então vamos botar esse medo pra fora e tentar tudo.

Amyr Klink fala que medo vira respeito e respeito vira confiança. E acho que isso ajuda a ser professor porque ao mesmo tempo em que eu entendo que o aluno tem que transformar esse bloqueio em conhecimento eu posso falar, Rapaz confia em mim que eu sei o que eu tô falando.

E se eu não souber eu experimento. É assim que o aluno ensina o professor também.

Atualmente você trabalha como? O que tem feito?

Estou preparando um jogo com a empresa Eletronic Motion pra GDC da Alemanha. Atualmente é meu projeto mais importante. Mas eu trabalho como freelance. Tenho feito um quadrinho das Tartarugas ninja pro lançamento do filme.

Eu trabalho no meu quarto com um notebook e um monitor em cima de uma caixa de sapato. Larguei a Cintiq e uso a Intuos porque eu consigo relaxar mais enquanto trabalho com a postura melhor rs. Eu mando e-mail pros lugares que quero trabalhar. E escuto Nerdcast e 8tracks. Mais acho não foi essa a pergunta né haha.

Você é o cara que ilustrou o final de Caverna do Dragão! O Réquiem. Como foi essa experiência? Foi muita responsabilidade pegar algo tão querido e cheio de tabus e fazer assim?

Eu gosto muito de desenhar e procurei na internet um roteiro pra fazer em quadrinhos. Achei o do Caverna do Dragão e comecei a fazer por prazer mesmo. Fiz a capa que é a primeira página, minha professora na época falou que daria um excelente trabalho de conclusão de curso. Assim eu fiz. Só que nos primeiros seis meses foi apenas de pesquisa. Tipo de público, quem são essas pessoas, o que compram e tendências futuras.

E no segundo semestre eu iria desenhar e finalizar. Só que sofri um acidente de carro e dei umas capotadas e o osso do pescoço… sinistra. Fiquei um tempo sem andar, mais tinha que formar então eu colava uma folha na parede e colocava uma chão perto da cama ai quando o braço doía eu trocava pra outra folha. Isso com tudo com aquela coleira. Demorei 3 meses pra fazer tudo. E por isso o desenho é um pouco diferente do meu traço normal.

Mas eu voltei a andar, terminei os quadrinhos e me formei. Mas hora nenhuma eu senti essa responsabilidade. Eu me diverti fazendo eu estava preocupado em formar e em andar. Fiquei surpreso com todas as pessoas que ficaram felizes de ver o final e isso me emocionou muito.

Foi um episodio da minha vida que traz muito orgulho de mim mesmo. Eu amei a vida, amei os quadrinhos e lutei ate onde eu podia e acho que esse amor que tirei do peito foi nos quadrinhos como uma onda de coisas boas. Por que é só um quadrinho, mais as pessoas tratam como se fosse um feito muito grande. Acho que as pessoas sabem o que eu passei pra fazer de algum jeito.

É possível ver os seus quadrinhos de Caverna do Dragão em muito lugares, me lembro de ter visto até no Canal Nostalgia do Youtube, que é bem famoso. Isso te abriu muitas portas? As pessoas sempre lembram de te dar os créditos?

Na maioria das vezes sim. O Nostalgia foi o único que errou meu nome, haha. Isso me abriu muitas portas sim. Eu formei, conheci gente legal. Sei que pessoas ficaram felizes. Nunca ganhei dinheiro por causa disso e ninguém nunca me passou freelas por isso também.

Quanto ao canal nostalgia, foi muito legal mesmo. E a animação que eles fizeram ficou muito legal. Muita gente veio me dar os parabéns pelo trabalho, o que foi o melhor de tudo. Fiquei impressionado como as pessoas são gentis e mandam palavras legais.

Não é sempre que temos um professor de desenho a disposição, que dicas você pode dar, tanto para quem está começando, quanto para quem já está no mercado?

Minha dica principal: Vá em busca de você mesmo. Pode ser que você encontre um mestre, pode ser que não. Pode ser que você tenha uma escola, pode ser que não. Pode ser que um monte de coisas que você acha que vai fazer na sua vida, na realidade nunca aconteçam. Mas nunca desista de você mesmo e do que te faz feliz, por que uma hora você tem que aceitar, o mundo não é um lugar fácil, e você não pode parar de lutar.

Se precisar toma seu tempo e respira, Mas sabendo que vai levantar e vai lutar de novo. No seu coração tem todas as respostas que você precisa. E a sua arte vai ser do tamanho do seu amor.  E só você buscar e seguir você mesmo.

Aprender a fazer sua arte e aprender a fazer dinheiro, são coisas diferentes. Com internet vocês tem tudo que precisam. Existem escolas muito boas online. Tipo CDA e Schoolism e Melies. Se você não tem dinheiro existe de graça também. Se você não tem tempo acorda mais cedo, dorme mais tarde. Evita drogas e exageros. Ou qualquer coisa que te roube de você mesmo.

Algumas pessoas vão falar que estudar o renascimento é o melhor, outras que a Indústria diz o que você faz. Faça os dois. Se ta em dúvida se estuda 3D ou ilustração, faz os dois, no caminho você se encontra.

E o segredo maior, não tem segredo. Existe luta. Eu queria falar que não desista que um dia você alcança, mas pensa bem alcançar o quê? Quando você chegar lá você vai parar? Talvez você já esteja muito mais longe do que imagina.

Confira os quadrinho de Reinaldo do episódio Réquiem, de Caverna do Dragão.

Veja mais de Reinaldo Rocha em seu blog.

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Inspirações Da Vida Real De Alguns Dos Melhores Vilões de Quadrinhos

Informações: Screen Rant por Paul Young

Artistas e escritores encontram inspiração para suas criações em uma variedade de coisas ao seu redor, desde o mundano até o excepcional. Pessoas, lugares, coisas, até mesmo outras obras de arte inspiraram alguns dos maiores artistas ao longo da história para criar algumas peças muito memoráveis ​​- artistas de quadrinhos e escritores não são exceção.

A maioria dos maiores vilões de quadrinhos de todos os tempos tem sido inspirados por uma série de idéias interessantes e fascinantes do mundo real. Alguns vilões – como The Blob e Apocalypse – apenas brotaram das mentes dos seus criadores, desenhados de nenhuma inspiração do mundo real. Alguns – como Loki e Hércules – são fáceis de descobrir, desenhados diretamente da mitologia nórdica e grega. Ainda assim, há os outros que não são tão óbvias, e esses são os que estamos focando aqui.

Foi pesquisado a veracidade de cada uma dessas histórias e quando foram encontradas, inclui citações dos escritores ou artistas envolvidos com a criação do personagem. Serão marcados aqueles como “Confirmado” e os que não foram encontrados uma citação direta para associar com a criação, mas são geralmente aceitos como fato, foram marcados como “Suposto” e listados na ordem de sua primeira aparição.

 

1. Coringa (The Joker) – Confirmado

Primeira aparição: abril de 1940

Inspiração: Gwynplaine em O Homem que Ri

O crédito para a criação de um dos mais antigos e mais mortais inimigos de Batman tem sido defendido por décadas. A maioria das pessoas creditam Bob Kane e Bill Finger, com sua introdução, mas o escritor Jerry Robinson diz que ele também deve estar no páreo – o que equivale a um “ele disse, ela disse” debate.

Kane em gravação dizendo:

Bill Finger e eu criamos o Coringa. Bill foi o escritor. Jerry Robinson veio a mim com uma carta de baralho do Coringa [The Joker], “Parece com Conrad Veidt – você sabe, o ator de O Homem que Ri, de Victor Hugo”. Finger tinha um livro com uma fotografia de Conrad Veidt e mostrou para mim e disse: ‘Aqui está o Coringa.’ Jerry Robinson não tinha absolutamente nada a ver com isso … ele trouxe uma carta de baralho, que usamos para uma uma série de questões para ele.

E aqui está a versão de Robinson sobre a questão:

Nesse primeiro encontro, quando eu mostrei a eles aquele esboço do Coringa. Bill disse que lembrou de Conrad Veidt em O Homem que Ri. Essa foi a primeira menção a ele … Ele pode ser creditado e o próprio Bob, todos nós tivemos um papel nisso. O conceito era meu.

 

2. Mulher gato (Catwoman) – Confirmado

Primeira aparição: maio de 1940

Inspiração: Ruth Steel / Atriz Jean Harlow

Catwoman (aka Selina Kyle) foi co-criada por Bill Finger e Bob Kane, mas em sua autobiografia Batman and Me, Kane revelou que a femme fatale felina foi parcialmente inspirada por sua prima Ruth Steel e recebeu seu sex appeal da atriz Jean Harlow. Quanto à inclusão de gatos, Kane disse:

Eu senti que as mulheres eram criaturas felinas e os homens eram mais parecidos com os cães. Enquanto os cães são fiéis e amigável, os gatos são descolados, reservados, e duvidosos. Eu me sinto muito mais acolhido com cães perto de mim – os gatos são tão difíceis de entender quanto as mulheres.

Machismo mostrando sua cara na década de 40 hehe.

 

3. Caveira Vermelha (Red Skull) – Confirmado

Primeira aparição: março de 1941

Inspiração: sundae de chocolate com uma cereja no topo

Bom, pra mim faz sentido, mas pode soar um pouco inacreditável para algumas pessoas. Por mais impossível que pareça, o co-criador de Capitão América,  Joe Simon, revelou em sua autobiografia My Life in Comics que um “deleite frio confeitado” era sua inspiração bizarra e original para o homem louco com o rosto vermelho:

Eu estava sempre pensando em heróis e vilões, com todos os tipos de ideias nadando na minha cabeça … Eu tinha um sundae de chocolate sentado na minha frente, com sorvete de baunilha, e com calda quente que escorria na lateral. Foi intrigante. A calda quente parecia com membros – pernas, pés e mãos – e eu estou pensando comigo mesmo. Nossa, isso da um vilão interessante, pensei. Vamos chamá-lo de calda quente … Basta colocar um rosto sobre ele, e fazê-lo todo derretido. Mas eu olhei novamente para o sundae, e eu vi a grande cereja no topo. A cereja parecia uma caveira. “Uau”, eu disse a mim mesmo. “Caveira Vermelha … isso parece bom.”

 

4. Pinguim (The Penguin) – Confirmado

Primeira aparição: dezembro de 1941

Inspiração: Propaganda Kool Cigarettes/ Pinguim Imperador

Personagens dos primeiros anos dos modelos de Batman estão impregnados de controvérsias “quem-criou-o que”, pelo menos na mente de Bob Kane e Bill Finger. E o “Gentleman of Crime”, conhecido como Pinguim não é exceção. No livro de Les Daniels de 2004, Batman – The Complete History: The Life and Times of the Dark Knight, Bill Finger é citado dizendo:

[O Pinguim] foi inspirado por pinguins imperador, que lembram [me] cavalheiros ingleses metidos de smoking.

Claro, a lembrança da situação de Bob Kane é completamente diferente, dizendo que sua inspiração veio de:

… O pequeno pinguim que apareceu na imprensa para anunciar os cigarros mentolados Kool e também o som no rádio com seu insistente slogan em falseto “Fume Kooools!”

 

5. Duas-Caras (Two-Face) – Confirmado

Primeira aparição: agosto de 1942

Inspiração: Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde / Personagem Pulp Black Bat

Embora o crédito de criar o Coringa seja compartilhado entre Bob Kane e Bill Finger, Kane é amplamente visto como o único criador do advogado-virou-vilão Duas-Caras. Em sua biografia de 1985, Batman and Me, Kane diz que ele se inspirou na versão filme de 1931 do conto do século 19, de Robert Louis Stevenson, Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, ao criar o visual do vilão icônico. Enquanto isso, sua origem foi influenciada pelo personagem da Revista Pulp Black Bat, que também foi espirrado no rosto com ácido.

 

6. Fin Fang Foom – Confirmado

Primeira aparição: outubro de 1961

Inspiração: filme Chu Chin Chow de 1934

No início de 1960, Stan Lee e Jack Kirby queriam criar um enorme monstro que poderia ter a capacidade de devastar qualquer coisa que ele quisesse com muito pouca dificuldade – e assim o dragão alienígena poderoso de Kakaranathara conhecido como Fin Fang Foom veio à existência. Seu arco de origem e história foram recontados várias vezes durante seu meio século de história, mas ele sempre foi um grande dragão verde. Uma criatura gigante foi fácil de criar, especialmente para Kirby, mas escolher o nome certo para ele era essencial. Stan Lee falou sobre o que inspirou a sua escolha do nome em uma entrevista de 2005, com Alter Ego:

Quando eu era criança, eu adorava ir ao cinema. E havia um filme que eu tinha visto. Eu não me lembro nada sobre ele, exceto o nome. Aconteceu na China, creio eu, e o nome do filme era ‘Chu Chin Chow.’ Agora eu não tenho nenhuma idéia do que significa – Eu não sei se foi o nome de alguém ou de um país ou de uma cidade, mas eu nunca esqueci esse nome. Essas três palavras apenas ficaram na minha memória: ‘Chu Chin Chow.’ Então, quando eu estava procurando o nome de um monstro, eu me lembrei ‘Chu Chin Chow’… e essa métrica particular, esse rítmo, de alguma forma, levou a Fin Fang Foom.

 

7. Doutor Destino (Doctor Doom) – Confirmado

Primeira aparição: julho de 1962

Inspiração: personificação da morte

O arrogante e vingativo Doutor Destino foi criação de Stan Lee e Jack Kirby. Kirby disse uma vez sobre o uso da morte como a sua influência:

Foi a razão para a armadura e a capa. A morte está relacionada com armadura e o estilo não humano de aço. A morte é algo sem misericórdia, e carne humana contém essa misericórdia.

 

8. Magneto – Confirmado

Primeira aparição: Setembro de 1963

Inspiração: Malcolm X

Stan Lee e Jack Kirby criaram o poderoso mutante durante o auge do movimento dos direitos civis americano e usaram famosos líderes de direitos civis Martin Luther King Jr. e Malcolm X como a inspiração por trás de Charles Xavier e Erik Lehnsherr. Os dois homens abertamente lutaram contra a opressão dos mutantes regularmente, mas enquanto o Professor X escolheu uma abordagem mais pacífica e diplomática, Magneto pensou ser necessário um tom mais forte e agressivo. Disse Stan Lee sobre Magento:

[Eu] não pensa em Magneto como um cara mau. Ele só estava tentando contra-atacar as pessoas que são tão intolerantes e racistas. Ele estava tentando defender os mutantes, e porque a sociedade não estava tratando-os de forma justa, ele decidiu ensinar uma lição a sociedade. Ele era perigo, é claro, mas eu nunca pensei nele como um vilão.

 

9. Kraven o Caçador (Kraven the Hunter) – Suposto

Primeira aparição: Agosto de 1964

Inspiração: The Most Dangerous Game

Quando Stan Lee e Steve Ditko criado Sergei Kravinoff – mais conhecido como Kraven, o Caçador – ele foi o primeiro vilão a “caçar” o Homem-Aranha pelo esporte de caça ao super-herói e ainda conseguiu “matar” ele em um ponto. Muitas fontes afirmam que Lee e Ditko foram inspirados pelo conto de 1924 de Richard Connell O Jogo Mais Perigoso – The Most Dangerous Game (uma suposição natural já a sua história envolve homem caçando homem), mas em nossa pesquisa, nem Lee ou Ditko confirmaram isso – embora Lee fala sobre a introdução de Kraven para o Universo Marvel no livro Spider-Man: Chronicle Celebrating 50 Years of Web-Slinging de Matthew K. Manning e Alan Cowsill de 2012.

 

10. Galactus – Confirmado

Primeira aparição: Março de 1966

Inspiração: Deus/A Bíblia

Quando Stan Lee e Jack Kirby precisaram criar um super vilão único, que universo dos quadrinhos gostariam que nunca tivesse sido visto antes, eles decidiram fazer alguém que foi além do bem e do mal com poderes quase divinos – entra Galactus. Stan Lee fala sobre sua inspiração para o Devorador de Mundos na introdução do livro Marvel Masterworks: The Fantastic Four vol. 5:

Galactus era simplesmente mais um na longa linha de super-vilões quem nós amamos criar. Tendo sonhado [muitos] poderosos vilões … sentimos a única maneira de nos superarmos era vir coma um malfeitor que tinha poderes quase divinos. Portanto, a escolha natural era uma espécie de semi-deus.

Jack Kirby acrescentou mais tarde no vídeo The Masters of Comic Book Art:

Minhas inspirações foram o fato de que eu tinha que fazer vendas. E eu tive que vir com personagens que não eram mais estereótipos. Por alguma razão, eu fui para a Bíblia e eu voltei com Galactus … e, claro, o Surfista Prateado é o anjo caído. Eles estavam acima de figuras míticas, e, claro, eles foram os primeiros deuses.

 

11. Hera Venenosa (Poison Ivy) – Suposto

Primeira aparição: Junho de 1966

Inspiração: Movimento feminista/”Rappaccini’s Daughter”/Bettie Page

DC Comics sempre tentou o seu melhor para ser pertinente com as tendências atuais do mundo, o que explica Robert Kanigher e Sheldon Moldoff supostamente usarem o crescente movimento feminista de meados dos anos 60 como uma razão para criar um dos mais mortais (e belos) inimigos do Batman. Embora não foi encontrada a citação, Kanigher teria dito em Les Daniels’ 2004 book Batman – The Complete History: The Life and Times of the Dark Knight que modelou poderes e personalidade do personagem do escritor do século 19 a história de Nathaniel Hawthorne Rappaccini’s Daughter e seu visual foi inspirado pela modelo pinup dos anos 50 Bettie Page.

 

12. Rei do Crime (Kingpin) – Suposto

First Appearance: Julho de 1967

Inspiração: Ator Sydney Greenstreet

O chefe corpulento e imponente do crime, “Rei do Crime” – também conhecido como Wilson Fisk – foi criado por Stan Lee e John Romita. Sr. e embora não tenha sido dado a ele verdadeiros “super poderes”, eles o transformaram em um dos adversários mais astutos do Homem-Aranha. De acordo com a Comic Vine, o retrato do ator Sydney Greenstreet em filmes como The Maltese Falcon e Casablanca são o que inspirou Lee e Romita quando criaram pela primeira vez o Rei do Crime. Não foi encontrada a citação direta deles, mas supostamente, eles falaram sobre o processo no livro de 2012 Spider-Man: Chronicle Celebrating 50 Years of Web-Slinging por Matthew K. Manning e Alan Cowsill.

 

13. Darkseid – Confirmado

Primeira aparição: Novembro de 1970

Inspiração: Ator Jack Palance/Adolf Hitler

O Supremo Governante do planeta Apokolips (e um inimigo poderoso de Superman) foi criado por Jack Kirby depois que ele se mudou da Marvel para a DC Comics. Segundo o escritor Mark Evanier, que escreveu a biografia de Kirby intitulado Kirby: King of Comics, ele baseou a aparição de Darkseid no Jack Palance e sua personalidade em Adolf  Hilter, acrescentando:

… O estilo e a substância deste mestre antagonista foram baseados em quase todos os tiranos loucos pelo poder que Kirby já tenha conhecido ou observado, com uma ênfase especial em Richard Milhous Nixon.

 

14. Talia al Ghul – Confirmado

Primeira aparição: Maio de 1971

Inspiração: A Serviço Secreto de Sua Majestade/Fu Manchu Fiction

O escritor de quadrinhos Dennis O’Neil, artista Bob Brown e artista Dick Giordano colaboraram na criação do interesse romântico vai e volta de Batman, Talia al Ghul. Não só ela é a filha do temível lorde do crime Ra al Ghul, mas ela é também a mãe do filho de Bruce Wayne, Damien. Todos os três criadores disseram em várias entrevistas que – juntamente com influências de romances britânicos Fu Manchu do início dos anos 30  – a relação entre Bruce, Ra’s e Talia imita diretamente a de James Bond, Draco e sua filha Tracy desde o sexto filme de James Bond.

Citação de Dennis O’Neil de Batman Unauthorized: Vigilantes, Jokers, and Heroes in Gotham City  em 2008:

O misterioso Ra al Ghul foi introduzido … sua filha e interesse amoroso de Batman, Talia e sua sede no Himalaia todos diretamente inspirado no filme de James Bond ‘A Serviço Secreto de Sua Majestade “.

 

15. Thanos – Confirmado

Primeira aparição: Fevereiro de 1973

Inspiração: Metron/Darkseid

Famoso escritor de quadrinhos e artista Jim Starlin tentou várias vezes colocar sua obra de arte e criações nas páginas da Marvel antes de acertar na mosca com Thanos (o ser alienígena estilo Deus com uma sede de sangue por poder e controle sobre o universo). Em 2002, Starlin disse a Jon B. Cooke, onde ele teve sua inspiração para Thanos como parte de uma entrevista em sua popular série de livros Comic Artist (# 2):

Kirby tinha feito os “Novos Deuses”… mais na DC na época. Eu surgi com algumas coisas que foram inspiradas por isso. Você acha que Thanos foi [inicialmente] inspirado por Darkseid, mas isso não era o caso. Nos meus primeiros desenhos de Thanos, se ele se parecia com alguém, era Metron. Eu tinha todos esses deuses diferentes e coisas que queria fazer, que se tornou Thanos e os Titãs. Roy deu uma olhada para o cara estilo Metron e disse: “Turbine ele! Se você estiver indo para roubar um dos Novos Deuses, ao menos pegue Darkseid, o realmente bom! “

Em uma entrevista de 2003 (leia aqui) com Adelaide Comic Books’ Daniel Best, Starlin seguiram com algumas reflexões sobre o que inspirou o seu “The Mad Titan”:

Eu fui para a faculdade entre fazer o serviço militar dos EUA e começar o trabalho em quadrinhos, e havia uma aula de psicologia e eu inventei Thanos. Então eu fui até a Marvel e [o editor] Roy [Thomas] perguntou se eu queria fazer uma edição de Homem de Ferro. Thanos era um personagem muito mais fraco e Roy sugeriu turbiná-lo, então ele está um pouco mais reforçado do que em seus esboços originais e ele continuou a crescer em tamanho.

 

16. Círculo Menor do Clube do Inferno (Inner Circle of the Hellfire Club) – Confirmado

Primeira aparição: Janeiro de 1980

Inspiração: Episódio do programa de TV  The Avengers – “A Touch of Brimstone”

Enquanto Stan Lee e Jack Kirby criaram o Mestre Mental (Mastermind) original (semelhante a um Vincent Price jovem), em 1964, foi Chris Claremont e John Byrne, quem o coroaram “Rei Negro” do Clube do Inferno e fizeram dele parte integrante da “Dark Phoenix Saga” (Saga da Fenix Negra). Byrne fala sobre o que inspirou o visual e os nomes dos membros originais do clube britânico elitista de vilões superpoderosos em seu site:

Eu encontrei com Peter Wyngarde pela primeira vez, como ator, no episódio de Os Vingadores – ‘A Touch of Brimstone “, que lidou com Steed e Emma ter um encontro com o Clube do Inferno. Mais tarde, ele apareceu em uma série britânica chamada Department S, e sua cria Jason King. Quando Chris decidiu que queria fazer um link entre o Clube do Inferno em ‘Uncanny X-Men “, como parte do“darkening” of Phoenix, eu sugeri a “piada interna” de ter Mestre Mental, em sua forma disfarçada, semelhante a Peter Wyngarde e, misturando personagem e ator, que seu nome fosse Jason Wyngarde.

No livro X-Men Companion Volume II de 1982, todas as inspirações dos membros fundadores do Clube do Inferno foram identificadas da seguinte forma:

Mestre Mental (Mastermind – Jason Wyngarde) – Ator britânico Peter Wyngarde em Jason King

Sebastian Shaw – Ator britânico Robert Shaw

Donald Pierce – Ator canadense Donald Sutherland

Harry Leland – Ator americano Orson Welles

Emma Frost – Espiã fictícia Emma Peel interpretada pelaatriz britânica Diana Rigg

 

17. Destruidor (Shredder) – Confirmado

Primeira aparição: Maio de 1984

Inspiração: Raladores de queijo

Depois de Kevin Eastman e Peter Laird vierem com a ideia de quatro répteis arte marciais engraçadinhos conhecidos como As Tartarugas Ninja, eles precisavam de um vilão imponente para lutar contra. No vídeo de 1991, The Making of ‘Teenage Mutant Ninja Turtles’: Behind the Shells (assista aqui), Eastman descreve sua inspiração para Shredder assim:

É provavelmente a maneira mais ridícula que surgiu um personagem. Eu estava desenhando isso, e eu deslizei minha mão e parei. Você poderia imaginar um personagem com armas em seus braços como este? O cara seria letal. E nós, “como Shredder!” (Algo como o fragmentador) Que nome para um personagem.

 

18. Ozymandias – Suposto

Primeira aparição: Setembro de 1986

Inspiração: Thunderbolt/Poema de Percy Bysshe Shelley

Quando a DC Comics adquiriu Charlton Comics e seus estáveis personagens clássicos de quadrinhos em 1985, o escritor Alan Moore decidiu usar alguns desses personagens há muito esquecidos para criar uma história de assassinato e mistério que gira em torno da morte de um super-herói – e, assim, Watchmen nasceu. Um desses personagens da Charlton de 1966 foi nomeado Thunderbolt, quem tinha o poder de usar noventa por cento do seu cérebro. Moore deu esses poderes para o recém-criado Ozymandias (o seu nome é retirado do poema de mesmo título do poeta do século 18 Percy Shelley sobre a natureza momentânea do poder) e fez tanto um protagonista quanto um antagonista em sua série épica de cinco graphic novel.

 

19. Venom – Confirmado

Primeira aparição: Abril de 1988

Inspiração: Sugestão de leitor

Imagine que você é um fã de muito tempo da Marvel enviando uma sugestão para um novo figurino do Homem-Aranha. Agora imagine que você recebeu uma carta do então editor da Marvel Jim Shooter dizendo que não só gostou da idéia, mas que quer comprá-la pela soma “primorosa” de $ 220. Bem, isso é exatamente o que aconteceu com Randy Schueller em 1982. Enquanto a nova ideia de Schueller para a roupa do Aranha faria a sua estreia em 1984, o Venom que os fãs conhecem hoje (desenhado por Mike Zeck e Todd McFarlane) não faria sua aparição até 1988.

 

20. Lucifer Morningstar – Confirmado

Primeira aparição: Abril de 1989

Inspiração: “Paradise Lost” por John Milton/ David Bowie

O personagem Lúcifer original apareceu pela primeira vez durante uma sequência de sonho em dezembro de 1962. Não aconteceria até o final dos anos 80, quando o aclamado escritor Neil Gaiman reimaginaria ele até Lúcifer Morningstar realmente vir a existir. Enquanto Gaiman tem repetidamente falado da influência que ele tirou do poema épico Paradise Lost do poeta do século 17 John Milton ao escrever Sandman, o artista Kelley Jones menciona que inspirou o visual real de Lúcifer no livro de 2004, Hanging Out With The Dream King: Conversations With Neil Gaiman And His Collaborators:

Neil foi inflexível que o Diabo era David Bowie. Ele apenas disse: “É ele. Você deve desenhar David Bowie. Encontre David Bowie, ou eu vou enviar-lhe David Bowie. Porque se não é David Bowie, você vai ter que refazer tudo, até que seja David Bowie.” Então eu disse: “Ok, é David Bowie.”

 

21. Bane – Confirmado

Primeira aparição: Janeiro de 1993

Inspiração: Doc Savage/Conde de Monte Cristo

No início dos anos 90, a DC Comics decidiu que queria fazer algo drástico para Batman sem matá-lo (já que tinha acabado de ser feito para Superman), então eles decidiram criar um vilão para quebrar suas costas. Surge Bane. Co-criadores de Knightfall, Chuck Dixon, Doug Moench e Graham Nolan se reuniram e, usando personagens sombra de quadrinhos de Doc Savage de 1933 e o conto do século 19 O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas como modelo, criou um dos inimigos mais mortais e mais obscuros de todos os tempos de Batman. Foi idéia de Nolan basear o design de Bane em um luchador mexicano (wrestler). Todd Matthy fez uma grande entrevista com Chuck Dixon sobre a criação de Bane, que você pode ler aqui.

 

22. Arlequina (Harley Quinn) – Confirmado

Primeira aparição: Setembro de 1993

Inspiração: Arleen Sorkin de Days of Our Lives

A primeira aparição de Arlequina em qualquer lugar foi no episódio de Batman: The Animated Series de setembro de 1992, como a dedicada, ligeiramente louca, excessivamente obcecada namorada do Coringa. No entanto, sua personagem se tornou tão popular que a DC Comics decidiu trazê-la para as páginas dos quadrinhos do Batman. Paul Dini e Bruce Timm se uniram para criar Harley Quinn, mas foi uma sequência de sonho na novela Days of Our Lives – estrelado pela atriz Arleen Sorkin vestida como um bobo da corte – que inspirou Paul Dini para criar a sua aparência e personalidade – que Dini discute em seu livro de 1998, Batman Animated.

 

23. Magog – Confirmado

Primeira aparição: Maio de 1996

Inspiração: A Bíblia/Cable (Marvel)

Embora ele não tenha começado como um vilão (e em alguns aspectos, não terminou a sua carreira como um vilão), Lance Corporal David Reid gostaria muito de agir de forma vil como Magog – o homem imbuído de poderes pelo demônio-deus Gog – matando o Coringa e sendo parcialmente responsável pela destruição nuclear de uma grande parte do Kansas. Quando o escritor Mark Waid surgiu com a ideia de introduzir Magog no quadrinho Kingdom Come, ele disse ao artista Alex Ross para projeta-lo assim:

Mark originalmente me disse: “Faça ele se parecer com tudo o que nós odiamos em design moderno de super-herói”. Um personagem [de Magog] que Mark Waid inventou que foi realmente para mim apenas trazer o tipo de design mais horroroso de Deus Rob Liefeld (Cable) que pude. O que eu estava roubando era – realmente apenas dois designs-chave de Rob – o design de Cable. Eu odiei. Senti que parecia que eles só jogaram tudo no personagem – as cicatrizes, a coisa que acontecia com seu olho, o braço, e o que é todas aquelas armas? Mas a coisa é, quando eu coloquei esses elementos juntamente com o capacete da Shatterstar – bem, os chifres de carneiro e o ouro, de repente, realizado em conjunto, como um dos projetos que me fizeram sentir mais feliz em toda a série.

De poemas até o trabalho de outros artistas, atores e até mesmo sobremesa – é claro que os artistas e escritores podem inspirar-se em qualquer lugar e qualquer coisa quando forem criar o próximo grande vilão dos quadrinhos. A grande sacada que a criação fica mais interessante quando vem do cotidiano, das coisas que conhecemos e não como fazem os inexperientes criando figuras overpower com músculos ou excessivamente obscuras afim de reforçar uma falsa postura “sou foda”.

Estas foram apenas 23 inspirações , mas há provavelmente muito mais lá fora, tão interessantes quanto essas.

O que você usaria como inspiração para criar o próximo grande vilão dos quadrinhos? Comente!

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Greg Tocchini

Quando pensamos em grandes ilustradores normalmente nos vem a cabeça estrangeiros, pois quebre a cara com o talento de Greg Tocchini, paulista, nascido em 79 e um dos melhores ilustradores que estão por aí em minha opinião.

“Nasci em São Paulo, mas morei em Guararema, no interior paulista, uns bons anos. A beira do Rio Paraíba do Sul e no meio do mato. A internet era discada, faltava luz 3 dias seguidos quando chovia e celular só de vez em nunca… Foi um dos períodos mais feliz da minha vida.”

Durante um tempo, morei em uma casa a beira do rio Paraíba do Sul. Estes dias quentes me deram saudades dos mergulhos no rio. As ruínas de um antigo porto de areia era um trampolim perfeito naqueles dias. Matei a saudade desenhando.

Começou sua carreira fazendo ilustrações econtos para a revista RPG, Dragão Brasil. Durante esse período, ele também ilustrou edições especiais para a Trama Editorial, chamado Dragonesa (O Dragoness) e Anjos Caídos (Fallen Angels), bem como material para a graphic novel Fábrica de Quadrinhos vol. 01, publicada por Devir. Ele também foi professor e coordenador escolar na Escola de Artes Fábrica de Quadrinhos (Escola de Fábrica de Quadrinhos de Artes) e Quanta Academia de Artes (Quanta Academia de Artes).

Assim como todo mundo, Greg teve e tem suas fontes de inspiração.

“Frank Frazetta, Norman Rockwell, Mike Mignola e Adam Hughes sempre estiveram na minha prancheta e continuam lá até hoje. Atualmente algumas “inspirações” chegam a mim via internet. Tem muita gente talentosa fazendo trabalhos incríveis que nunca teria visto se não fosse por isso. Para citar alguns: Sergey Kolesov, Bengal, Claire Wendling e Kim Jung Gi. Mas no momento, inspiração mesmo vem dos meus colegas de estúdio, Fujita e Calil. Nunca produzi e pintei tanto como agora e boa parte disto é culpa deles.”

Seus primeiros trabalhos para o mercado americano eram, a Primeira, Meridian, Route666 e os mini-série Demônio Wars, para CrossGen Comics, mais tarde seguido por Star Wars, para a Dark Horse e Marvel, Thor: Filho de Asgard, X-Men, Capitão América eo Falcão, Homem-Aranha, Dr-Spectrum e 1602: a New World (um spin-off de Neil Gaiman o original de 1602). Nesta mini-série, ele foi capaz de criar o visual e desenhos de personagens como Homem-Aranha, Hulk e Iron-Man. Para a DC Comics fez ION, com o escritor Ron Marz, Batman e Robin, bem como o one-shot Search For Ray Palmer: Gotham By Gaslight que o levou de volta a Marvel para fazer Odyssey e Wolverine: Father.

Ele foi o artista para a mini-série The Last Days of American Crime escrita por Rick Remender, para Radical Comics.

Sua técnica é invejável e seu estilo bem característico, com traços expressivos e uma certa abstração em suas obras, Greb Tocchini é um grande artista e uma ótima fonte de inspiração.

Veja mais de Greg Tocchini em seu Blog e em seu Facebook.

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